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BIDI
13/04/2012
(I)
BIDI está, portanto, de novo, com vocês.
Depois das nossas entrevistas, depois das vossas perguntas e do que eu vos dei como respostas, duvido que não existam em vocês outras questões.
Então, eu terei outras respostas.
Apreendam que para além dessa troca, para além das vossas perguntas e das minhas respostas, o Absoluto permanece.
Evidentemente, vocês o compreenderam, o conjunto das minhas respostas não está destinado senão a vos fazer interrogar sobre o Absoluto.
Absoluto que vocês não podem, nem definir, nem mesmo compreender, nem mesmo aproximar (como eu vos disse).
Pelo contrário, eu poderia, de fato, vos vender, de qualquer maneira, as vantagens de ser, antes de tudo, Absoluto, e os inconvenientes de permanecer no Eu ou no Si.
A primeira vantagem é que, o que quer que digam, o que quer que pensem e o que quer que vocês experimentem, o Eu e o Si acabarão com a vossa partida desse corpo e, portanto, nem o Eu, nem o Si, poderão vos satisfazer, de forma nenhuma, para além da duração efêmera do que vocês chamam esta vida.
O Absoluto confere, de qualquer modo, muito exatamente o inverso e o oposto disso.
É o fim da morte.
É o fim do esquecimento.
A segunda vantagem (que é, certamente, para esta vida efêmera e este Eu/ Eu efêmero) que deixa o Absoluto Ser, é que, evidentemente, no seio do Absoluto, não pode existir nenhuma das flutuações que vocês vivem em cada dia da vossa vida: um dia, vocês estão felizes; um dia vocês estão infelizes; um dia vocês vivem o Si; um dia o Si se afasta de vocês. E isso é impossível no Absoluto.
O Absoluto vos confere uma forma de perenidade e, eu diria mesmo, uma segurança total, bem além do Si.
Do ponto de vista do Absoluto, podemos mesmo colocar-nos a questão de “por que vocês duvidam?”
Por que vocês não ousam?
Eu irei mesmo mais longe: o Eu tem tendência a querer encontrar o Despertar, a Iluminação, a Realização. Ele se ocupa disso, eu diria (para aqueles que estão num caminho espiritual), todo o tempo.
Mas é ridículo, na medida em que o Absoluto (que são vocês mesmos) vos abre as suas portas e, instantaneamente, desde que vocês suponham e proponham a possibilidade do Absoluto, e mais, ele está aí.
Mas, o ego não vos permitirá jamais supor isso porque ele está construído, precisamente, sobre a negação do Absoluto.
E o Si está, eu diria, de tal maneira narcisista, de tal maneira imbuído de si mesmo, que ele, também, não permitirá jamais, ao Absoluto, interferir nessa espécie de auto-satisfação daquele que se crê Desperto (Ou Acordado) do que quer que seja.
Nós estamos nesses tempos, sobre esta Terra (que vocês vivem), particulares e intensos.
Toda a pergunta é a de saber quanto tempo vocês vão, de qualquer maneira, resistir à evidência, resistir à perenidade e preferir, de qualquer maneira, as idas e vindas entre a alegria e a tristeza, a auto-satisfação e, de qualquer maneira, a negação da evidência do Último e do Absoluto.
Se vocês se colocarem, sinceramente, a questão (e eu vos desafio a colocarem-na a vocês e não a mim), vocês constatarão, por vocês mesmos, que é, nesse nível aí, uma espécie de estupidez da inteligência humana que está muito afastada da Verdade da experiência e desse estado Último (que não é um estado).
Vocês passam o vosso tempo a ir de um estado para outro, de um centro de interesse para outro. E, se eu vos digo que o Absoluto responde, em bloco e de uma só vez, ao conjunto de todas as vossas interrogações, o Ego vai pensar que é aborrecido e que é um aborrecimento. Então, certamente, ele vai passar o seu tempo (em vez de se refutar a si mesmo) a refutar o Absoluto e a se afastar, através de uma busca, hipotética, de uma qualquer Realização, de uma qualquer evolução ou de uma qualquer transformação, no seio de uma linearidade que, de qualquer modo, não deixa nenhuma evidência ao Infinito.
Resumindo, vocês estão num corpo limitado, vocês estão nos pensamentos limitados, sonhando com o Ilimitado.
Vocês estão acabados, sonhando com o Infinito mas, desde que o Infinito chegue, vocês refazem o caminho. Porque, evidentemente, não há solução de continuidade (como foi dito) e, portanto, para vocês, é absolutamente deplorável, absolutamente ilusório, enquanto vocês permanecerem no seio desse Ego (essa pequena pessoa que nasceu um dia e que morrerá, de qualquer modo, o que quer que vocês façam, o que quer que vocês realizem). E vocês recomeçam de cada vez.
Ontem, UM excelente AMIGO (que é vosso Amigo) vos lançou frases (Nota: ver a intervenção de UM AMIGO de 12 de abril 2012). Essas frases são ressonâncias importantes para vos permitir ousar e para vos colocarem a pergunta de porque vocês não ousam? Que medo é esse?
Que dúvida é essa que está inscrita nesse corpo (que não é senão um saco de comida, que está destinado a alimentar outra coisa, certamente, a sua morte)?
E vocês persistem em se imaginarem ser esse corpo e tudo o que não dura (que não tem senão um tempo no seio deste mundo), que está inscrito entre a vossa vinda a este mundo e a vossa partida deste mundo.
E vocês sonham com o Ilimitado através de uma relação com um ser amado.
E vocês sonham em permanecer qualquer coisa que será Eterna, mas tendo bem o cuidado de se instalarem no efêmero.
Será que vocês se dão conta desse ridículo, do que é pensado, do que é imaginado e do que é projetado?
Vocês querem sair desse ridículo?
Vocês querem, enfim, ser essa Alegria Eterna, esse Êxtase permanente?
Terão vocês tanto medo do vosso próprio prazer?
Terão vocês tanto medo de não ser senão essa Fonte de prazer, indizível, permanente, Eterna?
Eis onde se situa, hoje, o âmbito, entre nós.
Eu vos digo, portanto: bom dia e bem vindos À Eternidade.
Nós vamos, portanto, fazer um intercâmbio, sobre as perguntas que vocês me colocaram e as respostas que eu dei.
Aí também, eu vos peço para não procurarem compreender, mas para se impregnarem das nossas trocas.
As perguntas são infinitas.
As respostas o são também.
Da mesma maneira que vocês se escondem atrás de vocês mesmos, da mesma maneira que para além do observador e da testemunha, há qualquer coisa que está lá e que nunca se moveu, da mesma maneira (além das vossas perguntas e das respostas), há, também, esse Absoluto.
É isso que nós vamos tentar deixar se instalar, confundindo, de qualquer maneira, o vosso Ego, a vossa personalidade e o vosso Si, do seu estado, a fim de abandonar esse estado em proveito de qualquer coisa da qual nada pode ser dito.
Mas que, desde o instante em que se instalará, vos mostrará a vaidade e a superficialidade de tudo o que vocês tinham feito antes e que, no entanto, era (em certos casos, vocês sabem) necessário.
Mas, mesmo esse necessário não deve ser uma finalidade.
Precisam deixar as muletas, deixar tudo o que vocês têm, tudo aquilo a que vocês pensam ter chegado.
Vocês não chegaram a lado nenhum.
Porque não há nenhum lado aonde chegar.
Chegar a algum lugar significa que é preciso partir.
Mas, partir de quê?
E partir de onde?
Dito isto, eu vos escuto.
Pergunta: Como se manter no Eterno Presente?
Refutando o teu próprio mental.
Ele está aí.
Tu não o podes negar.
Não o escutes.
A que tu dás crédito?
Será que tu vais dar crédito, eternamente, ao que te sussurra um monte de coisas que são falsas?
O mental não serve senão para evoluir neste mundo.
Há, portanto, entrar em reação permanente e a se ajustar ao que a vida te propõe.
Mas ele não tem nenhuma utilidade para ir para além disso.
Então, não acredites no que ele te diz.
Acredita nele quando se trata de ser lógico, nos fatos da vida vulgar.
É preciso acreditar nele quando ele intervém nos momentos em que tu não o solicitaste?
Quem é o mestre?
Quem decide?
Não te oponhas ao teu próprio mental: Tu o reforçarás cada vez mais, e esse é o jogo que tu jogastes durante dezenas de anos.
O Eu/ Jogo terminou.
Não te oponhas a ele.
Ele será sempre mais forte do que tu, no seio do teu Ego.
Então, não o escutes.
Não lhe respondas.
Não lhe dês nenhuma validade.
Tu constatarás, por ti mesmo, que então, pouco a pouco, ele se soltará.
Refuta-o sem te opores.
O mental se serve mesmo da meditação, e mesmo da tua própria observação além do mental. Ele vai querer ser, de qualquer maneira, o proprietário de tudo o que pode emitir, no interior de ti, o que ultrapassou este mental e te reenvia, em permanência, para ti mesmo.
E, em permanência, de qualquer maneira, a uma certa forma de inutilidade de ti mesmo.
Há portanto, simplesmente, que não lhe dar o mínimo crédito.
Ele acabará por se calar.
Mas, sobretudo, não lhe peças para se calar porque, para ele, tudo é pretexto para interagir e reagir.
O objetivo é, precisamente, não interagir e não reagir.
Não o escutes.
Tudo o que ele te possa dizer relativamente ao que tu És, é falso.
Não há outro meio.
Vocês todos notaram (na vida que é vivida nesse mundo) que desde o instante em que se dá crédito ao que quer que seja, existem todas as chances para que aquilo a que a consciência se dirige se manifeste, de uma maneira ou de outra.
E vocês constatarão, em algum lugar, que este manifesto, muito mais facilmente, tem mais tendência a ser negativo do que a ser positivo.
Muitos queriam ser ricos: muitos são pobres.
Muitos queriam ser saudáveis; e muitos são doentes.
Isso deverá (e deveria, já) chamar a vossa atenção para a estupidez de crer nesse gênero de coisas.
O Eu (o Ego, a personalidade) vai procurar, em permanência, proteger-se, antecipar, e o mental é excelente nisso.
Ele vai, mesmo, falar-vos de Luz.
Ele vai, mesmo, falar-vos de bem-estar.
Ele vai, mesmo, falar-vos de Realização.
Mas ele mente-vos.
E, sobretudo, vocês não são ele.
Quando vocês dizem: «eu como», quem come? Vocês ou esse corpo?
Quando vocês dizem «eu conduzo», quem conduz?
Quando vocês dizem: «eu tenho um marido», quem é esse «eu» que tem um marido? Será que esse marido está em vocês? Ou será que esse marido é exterior a vocês?
Compreendem que «eu» não pode ter nada, nem ser nada.
Ele não é senão um intermediário e vocês dão todo o peso a esse intermediário.
É assim para tudo o que se manifesta no pensamento, nas ideias, nos conceitos e eu vou mesmo mais longe: em tudo o que é percebido.
O próprio princípio da identificação vos leva à projeção.
E a projeção é uma exteriorização e é, portanto, por natureza (e mesmo por manifestação), efêmera.
Não se ocupem disso.
Pergunta: O que é que refuta?
O próprio Ego. Porque a refutação, para ele, parece não apresentar perigo.
Ele vai considerar isso como um jogo.
Mas, rapidamente, ele vai se desiludir porque, à custa de ter refutado tudo o que, até o presente, constituía o seu universo, ele vai quebrar. Ele vai capitular.
E é nesse momento que vos aparecerá por trás esse «Eu», o Si. Continuem a refutar.
A Onda da Vida aparecerá (ou não).
Deixem fazer o que se faz.
Vocês não podem conhecer o Absoluto.
Em nenhum momento.
Vocês não podem senão vivê-lo.
Ele já está aí.
Lembrem-se que o Absoluto não tem necessidade de refutar o que quer que seja. Ele não tem necessidade de negar o que quer que seja, já que ele é muito mais vasto (como Infinito) que o Ego, que a pessoa, que o mental, que o que é percebido ou o que é conhecido.
Portanto, não se coloquem a pergunta de saber se é o Absoluto que refuta.
O Absoluto não refuta nada.
Ele não está absolutamente nada preocupado com a vossa cena de teatro, nem mesmo pelo realizador, nem mesmo pelo iluminador, nem mesmo pelo ator, nem mesmo por aquele que olha.
Ele não tem que fazer teatro, na verdade.
Quando vocês tomarem, de qualquer maneira, consciência, de que vocês não são, nem o décor, nem a cena, nem o ator, nem o espectador, nem o teatro, o que restará?
O que vocês São, além de toda fraude.
Mas não há outra maneira (nem outra possibilidade) de por fim à Ilusão do teatro.
Enquanto vocês estiverem no teatro, vocês sofrem, quer o queiram ou não: a propósito desse corpo, a propósito dos vossos afetos, a propósito da vossa fadiga ou do vosso bem-estar.
Se o teatro acabar, o que é que pode sofrer?
Não há mais conteúdo.
O Absoluto é, de qualquer maneira, a Cura Última.
E vocês refutam esta Cura Última.
De algum modo, o «Eu» e o Si são masoquistas.
E vocês sabem muito bem que, neste mundo, de masoquismo em masoquismo aparece o sadismo, o bem e o mal.
Vocês não são, nem o bem, nem o mal.
Se vocês estão aqui, é porque vocês aderem ao bem: o vosso ou aquele do outro, mas o bem não é senão construído a partir da experiência deste mundo.
Nenhuma experiência deste mundo é a experiência do Absoluto.
Porque o Absoluto não será, jamais, uma experiência.
Ele não o pode ser.
Chega um momento em que é preciso se colocarem a pergunta das vossas próprias experiências. Certamente, o «Eu» (e o Si) não quer nada, absolutamente nada, ouvir falar da experiência. Ele quer muito vivê-las. Mas se esta experiência se torna a Vida e põe fim a toda a experiência, isso vai aterrorizar o Ego e o Si (que se crê chegado).
Em que é que vocês querem crer?
O que é que vocês querem viver?
Mas enquanto vocês creem, vocês não vivem.
Pergunta: O observador será o Ego que avalia e que julga? Posso refutá-lo?
Não. O observador não é, em nenhum caso, o Ego. Ele é o Si, o «Eu sou».
Tomar consciência do observador é, já, não ser mais o ator na cena de teatro (num décor) mas estar sentado, confortavelmente, na poltrona e olhar.
Mas, mesmo isso, efetivamente, é refutar. Mas, não chama o observador: o Ego.
Tu lhe atribuis um papel que ele não tem.
O Ego procura transferir para o Si.
De qualquer maneira, é muito simples: o Absoluto não é, em nada, o que tu conheces.
A melhor das refutações é aquela que não procura identificar, discriminar o décor, o ator, o espectador, ou o teatro.
Então, certamente, há uma forma de dinâmica.
É mais fácil refutar o décor.
Em seguida, o ator.
Em seguida, o espectador.
E, por fim, o teatro.
Porque é muito mais difícil refutar, na totalidade, o teatro, desde o início. Porque o Ego (o Si) considera que há um início, e portanto, um caminho, e portanto, uma chegada.
Há, portanto, um certo número de atos e de cenas a representar. E isso é muito agradável, mesmo para o observador.
A maior das angústias ocorre quando nos apercebemos de que não somos, nem o ator, nem o décor, nem o espectador, nem mesmo o teatro no qual se desenrolava esta hipotética peça de teatro. É uma tragédia.
Mas, se vocês vivem o Absoluto, isso não será mais uma tragédia, mas antes uma comédia.
Queres tu ser o drama ou queres ser a comédia?
Tudo se resume a isso.
Pergunta: É preciso começar por refutar as manifestações do passado, ou as do presente?
Mas, refutar o passado significa que tu concedes ainda um peso ao passado.
O passado não tem nenhum peso.
Ele não é mesmo para refutar: ele não existe.
Pelo contrário, a sua suposta ação no presente existe, se tu a colocas assim.
Portanto, o que é para refutar, neste caso?
É tudo o que tu conheces.
O que tu conheces não é o que tu conheceste (que não é senão um peso morto).
O que está ativo no «Eu» e no Si, é unicamente o que é conhecido no presente.
A Presença, o «Eu sou» ou o «Eu sou Um», o si, não é, simplesmente, o presente.
Ele é, precisamente, o que ultrapassa e transforma, largamente, este presente.
Enquanto tu estás no «Eu», tu estás no que se chama um presente fino, o mesmo é dizer que este presente é de tal maneira fino que seria preenchido de pseudo certezas (vindas do teu passado, da tua educação, das tuas vidas passadas), te dando a impressão de controlar esse presente fino.
A meditação abre no seio de um presente fino, o que quer dizer que os pensamentos não são mais tão rápidos. Há como que uma possibilidade de observar os seus próprios pensamentos, as suas próprias ideias, permitindo se desfazer delas muito facilmente (ou, em todo caso, muito mais facilmente).
O presente largo leva à Presença, no «Eu sou».
Não te ocupes do que está morto.
Ontem está morto.
O segundo antes está morto.
O quer que te venham dizer os teus pensamentos, o que quer que te venham dizer os teus medos ou os teus sofrimentos, qualquer que seja a causalidade do que tu vives hoje, tu não és, de forma nenhuma, uma causalidade.
Não dês peso ao que verdadeiramente não o tem.
A refutação diz respeito à totalidade do que foi denominado o efêmero ou o limitado.
Um instante passado é efêmero e está morto.
Porque o queres fazer viver?
O que é para refutar é, essencialmente, o que se situa, em princípio, nesse presente fino e, em seguida, num presente largo. Isso vai-te instalar no Eterno Presente que é a Presença.
Mas, enquanto tu deres crédito ao que quer que seja do teu pensamento, tu te colocas, a ti mesmo, na lei da ação/ reação e no que é denominado o carma.
O carma diz respeito à personalidade (mortal e efêmera).
Jamais ao Si.
Quanto ao Absoluto, ele não pode mesmo considerar nisso uma qualquer veracidade.
Pergunta: Nos meus momentos de Alinhamento, em que eu solto o que eu acredito, o que eu conheço, parece-me estar como que em suspensão e o que vem a mim é o vazio. Na vida de todos os dias, eu sinto o vazio, de forma fugitiva, como a sensação que tudo me é igual e de que não tenho nada a fazer. Se eu largo o apego à Alegria, eu não sei mesmo se o que aflora à minha Consciência me é conhecido ou não, e isso me é igual. O que é isso?
Obrigado pelo teu testemunho, mas isso não é uma pergunta. É uma constatação.
Agora, quem quer constatar?
Ainda uma vez, o Ego e a personalidade procuram aproveitar-se (como uma espécie de auto-satisfação) de ter chegado a criar isso.
Aí também, vá para além disso.
Não te contentes em observar um qualquer resultado, uma qualquer progressão.
Vá até ao fim.
Enquanto tu te mirares e te olhares a ti mesmo, o Absoluto não pode nascer.
Ele já está aí.
És tu que espera que ele nasça.
Mas nada pode nascer.
Não te olhes a jogar.
Mesmo esse jogo deve cessar.
Esquece mesmo isso.
Totalmente.
O Absoluto está aí.
O Si vai, sempre, se vangloriar da maravilhosa distância existente entre o que ele foi antes (no «Eu») e o que ele se tornou. Mas o Absoluto não pode ser, nem antes, nem depois. Ele É.
Tu não és nada do que se joga.
Tu não és nada do que chegou.
E por boas razões.
Desde que haja auto-satisfação (do que quer que seja), podes estar seguro que isso não é o Absoluto.
Portanto, de qualquer maneira: Deixa cair tudo isso.
Não o constates mesmo.
Pergunta: Como se faz a escolha do acesso entre a 5ª Dimensão e a do Absoluto?
Por quê? Tu tens uma escolha a fazer?
Quem é que faz a pergunta, senão o mental que procura se apreender de uma compreensão, para melhor escolher?
Mas o mental não pode escolher.
Isso foi largamente desenvolvido pelas Estruturas que se exprimiram (Nota:diferentes intervenientes da Assembleia dos Anciãos, das Estrelas, o Conclave Arcangélico …): pela Vibração.
Mas o Absoluto está para além de toda Vibração.
Enquanto puseres a questão da escolha, há o mental, certamente, já que o mental é, em permanência, uma questão de escolha. E o Absoluto não pode aparecer.
O Absoluto não é uma escolha.
Ele É.
A escolha é aquilo que crê ter escolha: o mental, a personalidade ou o Si.
Não há nenhuma escolha para o Absoluto.
A escolha é a ilusão do livre arbítrio.
A ausência de escolha é a Liberdade.
Na Liberdade, há a Graça, o Êxtase, o Prazer (no seu sentido o mais exacerbado, o mais intenso, o mais Interior).
No livre arbítrio, há a gravidade, a densidade, o sentimento de conhecer qualquer coisa.
Mas tudo o que é conhecido (deste ponto de vista limitado) não é senão uma ignorância.
Aí também, é um teatro.
Colocares a questão da escolha te remete para a atividade do mental. Sistematicamente. Logicamente.
Enquanto tu te colocares a questão (ou que tu me colocas), tu não podes deixar emergir, de qualquer maneira, a resposta. Ela fica enterrada e o Absoluto parece desaparecer ou, em todo caso, se afastar. Se não, não é ele que se afasta mas és tu que te afastas.
Pergunta: A Onda da Vida me aqueceu uma parte da noite. Eu aproximei-me do Absoluto?
A Onda da Vida é, de qualquer maneira, o testemunho e o marcador de qualquer coisa que acontece (que sempre esteve aí), que é, efetivamente, o Absoluto.
É a Onda da Vida que proporciona (se o podemos dizer) o estado de Êxtase, o fim do questionamento.
E, efetivamente, do ponto de vista do Si, a instalação no «Não-Eu sou», no «Não-Si», no Absoluto.
Há, portanto, que deixar agir, que deixar fazer, nada dirigir e, a um dado momento, espontaneamente, no seio do Si, muito naturalmente, a Onda da Vida se tornará o que tu És.
Nesse momento, nenhum limite e nenhum fim (inscritos nesse corpo, nessa pessoa e nesses pensamentos) será vivido como real.
Tu serás Absoluto.
O mais assustador (mas que é, ao mesmo tempo, o mais simples), nesta fase (esta última fase antes da ausência de fase), é precisamente aceitar nada mais fazer, aceitar nada mais olhar, a fim de que a Onda da Vida (se assim o podemos dizer) se apodere de ti.
Porque és tu que reages à Onda da Vida.
Ela, ela sempre esteve aí.
Sem isso, não haveria nenhuma vida.
É preciso, portanto, inverter a noção do sentido de movimento: não és tu que vives a Onda da Vida, mas a Onda da Vida que te vive.
Isso mudará tudo.
Como vos disseram os Anciãos: permanecem tranquilos e em Paz.
Se tu te colocas, um pouco, na poltrona do espectador, tu vais constatar que o que se desenrola, sobre a cena, muda o ator. E tu vais constatar, também, que o espectador começa a ver apagar-se a cena, o décor e o ator até se perguntar, mesmo, se ele está sentado e se existe um teatro. Quando esta última questão cessar, o teatro desaparece.
Poderíamos dizer, de qualquer maneira: quando a Onda da Vida trabalha, não trabalhes, não te ocupes disso. Não a refutes, certamente, mas vá para além disso.
Pergunta: Há um inconveniente para o «Eu», de entreter ainda o mental numa atividade profissional, mesmo reduzida?
Absolutamente não. Não existe nenhum obstáculo ao Absoluto.
Servir do mental numa atividade mental parece-me lógico e normal.
O que é ilógico e anormal, é quando o mental intervém no que não lhe diz respeito.
O mental não pode ser um obstáculo ao Absoluto.
O que quer que ele faça, na vulgaridade do que é para fazer desse corpo e das ocupações desse Eu, nenhum desconforto pode nascer.
O único desconforto que pode ser concebido é o que elabora o «Eu», ele próprio, para se justificar. Isto não é senão um a justificação que não tem nenhum sentido.
O Absoluto não tem o que fazer do mental e das suas atividades.
Portanto, crer que o mental vai ser um obstáculo ao Absoluto é, aí também, um jogo do mental.
Pergunta: Poderia desenvolver sobre a frase: «tu não podes apropriar-te do que tu És»?
Efetivamente, tudo o que é projetado (portanto o «Eu» e, na maioria das vezes, o Si) não pode contemplar-se a si mesmo.
Podes tu ver-te sem a ajuda de um espelho?
Os olhos não estão virados para o interior.
Portanto, tu não te podes ver, sem a ajuda de um espelho.
O conjunto dos outros «Eu», o conjunto dos décors e o conjunto dos teatros, não são senão décors e espelhos.
Tu não te podes ver através de outra coisa que não um espelho. Mas nenhum espelho é real.
Do ponto de vista onde tu estás, tu não te podes apropriar do que quer que seja.
O Absoluto é natural.
Ele é esse Último.
Enquanto o limitado crê que ele pode apropriar-se do que quer que seja, ele está na atração.
Se eu posso empregar esta imagem: tu não podes senão traduzir-te, transcendendo, da imagem ao Verdadeiro (ou ao Absoluto).
Mas tu não te podes ver a ti mesmo porque tudo o que é visto permanecerá circunscrito num dado âmbito de referências, às suposições dadas, aos referenciamentos dados, relativamente à experiência passada que morreu.
O desconhecido não pode ser conhecido a partir do conhecido.
O conhecido será, sempre, um espelho: um espelho de fantasia.
O esmo é dizer que há, sempre, a necessidade de se mirar e de se admirar.
É o jogo do Ego e do Si.
É quando cessa o jogo de projeções (o mesmo é dizer, quando não há nada a ver, nada a mirar ou a admirar), quando já não há nenhum lugar para o «Eu» e para o Si, que o Absoluto se encontrará.
Resumindo, tu não podes encontrar o Absoluto.
Tu não podes, mesmo, procura-lo, nem compreendê-lo.
Enquanto o Ego não o compreender, ele pode ver-se repetir esta frase milhares de vezes (se não for milhões de vezes), ele não o vê, ele não o entende. Porque ele tem necessidade de compreender. Porque ele tem necessidade de se referir a um conhecido.
Resumindo: o conhecido não quer largar o conhecido.
É todo o drama do Ego.
É todo o drama da pessoa que se crê uma pessoa.
Nenhum resultado é possível neste âmbito.
E, no entanto, é neste âmbito que tu te encerras, que o mundo te encerra.
Pergunta: Existem preferências ou afinidades no Absoluto?
Enquanto ele permanece um Absoluto, no seio de um relativo (o mesmo é dizer que enquanto esse corpo está presente, qualquer que seja a vida), as preferências vão permanecer.
Tu preferes um tal sabor mais do que outro. Mas isso não és tu que preferes, é esse corpo.
Então, deixa essas preferências evoluírem como elas evoluem. Elas não fazem senão traduzir a ação do princípio vital em ti.
Isso diz respeito tanto aos alimentos como às preferências, quaisquer que elas sejam, de amizade ou de amor, mesmo pessoais.
Mas não te ocupes disso.
Não senão como quando a forma termina, quando o Absoluto encontra, eu diria, a sua equanimidade e a sua permanência em todas as coisas.
O olhar, enquanto tu estiveres, ainda, num limitado, será sempre colorido por esse limitado.
Mas tu sabes que não é senão uma coloração e que isso não tem mais sentido do que o de preferir a couve-flor à cenoura.
Isso não é senão uma forma diferente, um arranjo diferente, de cores, de sabores, de moléculas e de átomos, mas isso não é senão qualquer coisa que entra na tua forma.
É uma diferença de apreciação (como tu disseste), mas que não muda absolutamente nada no Absoluto.
Esse corpo de comida tem necessidade de alimento, qualquer que seja o alimento. Definitivamente, que importância tem?
Pergunta: E sobre as emoções?
Uma emoção pertence à ação/ reação. Ela está inscrita no carma e, portanto (qualquer que seja a emoção, mesmo a mais elevada), não ficará, definitivamente, senão no seio do que é denominado o astral, o mesmo é dizer, o corpo de desejo.
O corpo de desejo é efêmero.
Nenhuma emoção pode te conduzir ao Absoluto, mesmo se tu o pensas e o crês.
Tudo separa estes dois mundos.
Absolutamente tudo.
A emoção vai criar uma aspiração para o belo, para a vontade de melhorar qualquer coisa.
Uma música que te emociona não é senão a tradução da existência de uma personalidade.
É preciso estar consciente disso.
O que não quer dizer que seja preciso suprimir as emoções porque, como para o mental, elas estão lá.
É mais agradável ver qualquer coisa de belo do que qualquer coisa de feio (segundo os critérios da pessoa).
As emoções não são as mesmas.
Mas isso não diz respeito, em nada, ao Absoluto.
Fazer da emoção um apoio para uma qualquer evolução (ou para uma qualquer transcendência) é uma mentira.
Nenhuma emoção pode conduzir ao Absoluto.
Jamais.
Da mesma maneira que o mental não deve ser mais um obstáculo, a emoção é um obstáculo ao Absoluto.
A emoção é uma imitação da Luz.
A emoção é uma cópia, má cópia, do Amor.
A emoção pode criar um estremecimento mas que não é, em nada, o estremecimento do Êxtase.
Mais uma vez, é uma imitação.
É mesmo este princípio de imitação que foi levado avante pelas religiões, pelas espiritualidades.
O Absoluto não será, jamais, uma emoção.
Mensagem de Bidi,
pelo site Autres Dimensions
em 13 de abril de 2012
Rendo Graças às fontes deste texto:
Tradução: Cristina Marques e António Teixeira
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