quinta-feira, 31 de outubro de 2013

AS EMOÇÕES E O CORAÇÃO - SRI AUROBINDO - 22-10-2010 - COM ÁUDIO

Rendo Graças ao autor desta imagem
 
 
 
 
SRI AUROBINDO
22/10/2010
 
 
 
 
AS EMOÇÕES E
O CORAÇÃO
 
 
Eu sou Sri Aurobindo.

Irmãos e Irmãs na humanidade,
recebam Graça e Presença.

Sejam agradecidos por sua escuta.
 
Eu volto entre vocês, esta noite, como o fiz há alguns dias, a fim de prosseguir certo número de conceitos relativos às emoções e o Coração.

Eu expressei, há alguns dias, o que era o medo, o que ele representava como secreção.

Hoje, vou além desta noção de medo para tentar fazê-los apreender e integrar a diferença essencial existente entre Coração e emoção.

A emoção se situa, irremediavelmente, na noção de ação e de reação.

A emoção é, por definição, o que põe em movimento, o que é reativo.

O Coração é ausência de movimento.

O ego está no movimento.

A emoção pertence ao ego, assim como o mental.

A emoção tem por objetivo satisfazer um desejo ou fugir de um perigo, ou encontrar um fato, que esse fato pertença a um presente ou a um passado.

Em alguns casos, a emoção pode também surgir de uma projeção do mental no futuro, desencadeando, por exemplo, um medo, uma apreensão.

A emoção, como eu dizia, é secretada, literalmente, pela química de seu cérebro.

Esta emoção se define sempre num âmbito de reação com relação a uma experiência preexistente, submetendo-os, frequentemente, a esta reação imediata.

A característica essencial da emoção é de situar-se na reação a um acontecimento que afeta seu presente, que a origem deste acontecimento se situe no passado, no presente ou no futuro.

Vou tomar um exemplo muito simples para compreender: imaginem, suponham, que uma pessoa os coloque na raiva, quaisquer que sejam o objeto e o assunto.

A raiva vai então se manifestar como reação.

Imaginem agora que vocês tenham decidido, em seu funcionamento, não mais reagir, qualquer que seja o acontecimento e sempre se reportar em 24 horas após o que era o fato que provocava a reação e, portanto, não mais reagir no instante, mas reportar conscientemente esta reação a 24 horas mais tarde.

Nesse caso, o que acontece?

É extremamente simples para compreender.

Frente a uma raiva à qual, de maneira muito lógica, vocês responderiam por um comportamento, por ações, por uma reação, se vocês adotam, de maneira lúcida, postergá-la por 24 horas, o que vai acontecer?

Ser-lhes-ia possível e concebível expressar uma raiva 24 horas após um acontecimento passado?

Não.

Naquele momento, não haverá mais reação.

Evidentemente, este exemplo funciona sobre o princípio da raiva.

O problema do ser humano é que ele está identificado às suas próprias emoções.

A emoção pode também tomar formas agradáveis e não unicamente desagradáveis.

Assim, as emoções agradáveis podem, até certo ponto, fazê-los buscar ativamente por elas, conduzindo então ao que é chamado um vício.

Quer dizer algo que vocês vão tentar reproduzir a fim de novamente provar as mesmas sensações, a mesma emoção.

A emoção do prazer é certamente a emoção que faz suscitar mais comentários e que é certamente um dos motores essenciais desta humanidade, qualquer que seja a forma que toma esse prazer.

Seja um prazer dos olhos, um prazer social, um prazer sexual, um prazer afetivo ou familiar, ou profissional (existem muitos), trazendo um sentimento de satisfação.

Qual é a característica do prazer?

É que ele não é durável no tempo.

É por isso mesmo que o vício ao prazer é certamente a coisa a mais desprezível que um ser humano possa viver porque, cada vez mais serão necessários estímulos cada vez mais intensos para chegar a sentir a mesma sensação e ter a mesma percepção desse dito prazer.

O prazer não é a Alegria.

O prazer é sempre obtido em resposta a uma satisfação.

Que isso se refira aos sentidos, e qualquer que seja o sentido, ou ainda a obtenção de um objetivo desejado e, portanto, de um desejo.

O prazer e seu corolário são, portanto, desejo e satisfação.

O desejo e a satisfação conduzindo ao prazer não são jamais procedentes de fenômenos ligados ao Coração, mas, sistematicamente, ligados ao ego e ao reconhecimento deste ego, seja na satisfação, qualquer que seja, ou na reprodução desse dito desejo.

A emoção os coloca, portanto, permanentemente, numa lei de ação e de reação idêntica à que se encontra na lei de carma.

Os seres humanos, mesmo sem serem terapeutas, concebem perfeitamente que de algumas emoções passadas resultam feridas que se manifestam no presente, no corpo ou no funcionamento psicológico do Ser.

As emoções são ligadas diretamente ao que é chamado de Manipura Chacra, ou corpo astral, também chamado de corpo emocional ou corpo de desejo.

O corpo de desejo tem um funcionamento que eu qualificaria de semi-automático, cuja característica essencial é gerar, permanentemente, um movimento, dando, de algum modo, o sentimento, não real, de satisfação.

De fato, a característica da emoção é nascer e desaparecer e jamais se estabelecer na persistência, a não ser, por vezes, estabelecer-se em alguns vícios, onde jamais há satisfação, mas busca permanente.

A ação e a reação, ligadas ao corpo de desejo, os levam, de maneira inevitável e inexorável, a se afastarem de seu Ser profundo, porque elas atuam literalmente sobre as forças existentes nesse mundo de desejo, esse mundo chamado Maya, no qual a humanidade evolui desde certo tempo.

A maior parte dos ensinamentos, orientais de todo modo, visaram transcender o desejo sob todas as suas formas.

Transcender não quer dizer controlar.

De fato, querer reprimir um desejo, qualquer que seja, não o faz jamais desaparecer, mas o fará sempre reaparecer em um determinado momento, mais tarde.

O controle dos desejos apenas faz remeter seus desejos para mais tarde, não os faz jamais desaparecer.

O desejo é expresso para provocar uma ação de satisfação que é a característica mesmo do corpo de desejo ou corpo astral.

Esse corpo emocional é, portanto, ligado às emoções, de maneira formal, ao Manipura Chacra que é a sede do ego, a sede da apropriação.

A emoção é, portanto, um vetor e a manifestação de um desejo, qualquer que ele seja.

Desejo que, portanto, remete a estruturas ainda mais arcaicas denominadas a vontade.

Vontade que, ela, não está inscrita no cérebro dito emocional – ou límbico – mas diretamente no cérebro arcaico chamado de reptiliano.

O desejo, geralmente, apenas faz manifestar ou traduzir uma vontade.

O que se esconde atrás desta vontade, seja ela chamada de bem ou de bela, é, sempre, e sistematicamente, a satisfação de uma falta, qualquer que seja.

O desejo pode aparecer como sadio e evidente no desenrolar da vida de todo ser humano, mas isso não resiste absolutamente a uma análise mais impulsionada, onde o desejo vai sistematicamente aparecer como uma falta a preencher.

O corpo de desejo, assim nomeado nos ensinamentos orientais, é aquele que se opõe ao aparecimento da Vibração do Coração e ao estabelecimento no Si.

O desejo nutre o ego num jogo sem fim, num jogo de satisfação, num jogo de poder, num jogo de vontade.

Assim, portanto, associar a palavra desejo (mesmo se esse desejo lhes pareça, num primeiro tempo, como muito nobre e muito justificado) faz apenas traduzir, de maneira certamente mais sutil, a aplicação da vontade, correspondendo a um preenchimento de falta.

Todos os desejos, sem exceção, conduzem e se concluem necessariamente pelo preenchimento de uma falta, mesmo se essa falta não possa ser reconhecida como tal pela consciência do ego que fará tudo, justamente, para evitar que vocês tenham consciência dessa falta.

Isso se refere tanto à satisfação de um desejo simples, como o fato de se alimentar, onde, aí, ao nível fisiológico, é evidente que há uma falta de nutrição que provoca o desejo de comer.

Mas é exatamente a mesma coisa no que concerne aos desejos os mais vitais, os mais sociais, os mais sexuais, ou os mais naturais, digamos, do ser humano, que traduzem, portanto, sistematicamente, um princípio de falta.

O ego, distanciado e separado, é, portanto, a caracterizado essencialmente pela falta e por uma insatisfação que não encontrará jamais satisfação em si mesmo, mas que vai fazê-los crer nisso.

De fato, qual é o ser humano que não tenha satisfeito um desejo que seja?

E quem pode dizer que esse desejo jamais se reproduziu?

Quem pode dizer que comeu apenas uma vez e que não voltou a comer?

Quem pode dizer que teve apenas uma relação sexual e que jamais a reproduziu?

O desejo provoca o desejo.

O desejo não pode se satisfazer.

Esta é uma evidência inscrita nas células humanas, inscrita no cérebro, inscrita no comportamento e na própria natureza do corpo do ego ou corpo emocional.

A problemática vai surgir quando o ser humano começar a falar de Coração, porque, geralmente, ao nível do Coração, cada um ali coloca o conteúdo que é veiculado por sua própria consciência.

Um cardiologista vai entender o Coração como uma bomba cardíaca.

Um ser no caminho espiritual vai chamar o Coração de seu objetivo.

Um ser realizado, que definitivamente dissolveu o corpo de desejo, vai falar de realização do Si.

Todos esses seres designam, no entanto, a mesma zona do corpo e a mesma zona de consciência, mas cada um vai traduzi-la segundo suas próprias percepções e segundo sua própria vivência, sua própria experiência.

Então, o que se pode dizer que seja mais correto do que o Coração ser uma bomba?

Que o Coração é afeto?

Que o Coração é sentimento?

Ou que o Coração é o Si?

Toda a diferença está aí.

É que a linguagem, qualquer que seja a língua, faz referência, para uma pessoa, a um conteúdo semântico e simbólico preciso que não é absolutamente o mesmo que os sete outros milhões de seres humanos.

Sem exceção.

Não pode haver definição, portanto, correta, para o Coração, eis que cada um ali coloca uma vivência que é muito diferente.

O Coração nada tem a ver com uma emoção, mesmo se um número importante de seres humanos considere que o Coração pertence ao mundo das emoções.

Todos os caminhos vicinais situam-se nesse nível: conceber o Coração como uma emoção.

O Coração é emoção unicamente ao nível de algumas partes de sua parte física que, aí também, evoluem segundo o mundo da ação/reação, a saber, contração e dilatação que um cardiologista vai chamar de sístole e diástole, ou seja, contração e dilatação do coração, remetendo, aí também, à atração/repulsão, ação/reação, um movimento de contração sendo seguido de um movimento de relaxamento.

Não há, portanto, mais do que um passo, que cruzou o homem, que é assimilar o Coração a uma emoção.

Vários dos Anciões que vieram lhes falar insistiram em algo de essencial, que é o Coração/Vibração e não o coração/bomba.

O Coração/Vibração é uma percepção Vibratória, como seu nome o indica.

Ele é também, e, antes de tudo, uma Consciência.

A Consciência do Si, definida em oposição à consciência do ego.

Eu os remeto para isso à magistral exposição que lhes fez Um Amigo.

No que me concerne, eu atraio sua atenção: se o Coração é um desejo (tal como vocês o nomeiam), se o Coração é uma vontade, ele já não é mais o Coração, porque o Coração não é nem desejo, nem vontade, nem emoção.

O Coração é um estado, além da bomba cardíaca, um estado que eu qualificaria ao mesmo tempo de móvel e de imóvel, mas, sobretudo, que é totalmente desprendido da noção de ação e de reação.

A problemática, e geralmente ao nível do que foi chamado o chacra do Coração: as próprias tradições subdividiram esse Coração em dois aspectos, chamados o mental discursivo ou mental inferior e o mental superior, que eu chamei, em minha vida, de Supramental.

Tudo opõe o Coração mental e o Coração Supramental.

O coração mental é sujeito, como a bomba cardíaca, ao princípio de ação e de reação: eu ajo e eu adoto um comportamento em reação a um aprendizado vivido.

Eu adoto tal conduta social em função de um aprendizado que eu recebi.

O comportamento é, portanto, oriundo do mental inferior.

O mental superior está, ele, num total outro registro, nada mais tendo a ver com a ação/reação, dado que o próprio princípio de revelação do Supramental situa-se nos princípios da Unidade da Luz revelada, desvendada, manifestando-se pela Vibração e pela Consciência, profundamente diferente do que aquela que existe no corpo de desejo.

Muito numerosos místicos estabelecidos no Supramental e no Coração, antes mesmo que o Supramental se revelasse à humanidade na consciência ligada à cabeça, perceberam o que eu chamei, eu mesmo, para vocês, o switch da Consciência: o momento em que a consciência vai passar do corpo de desejo para o corpo de Budado.

Esse corpo de Budado é marcado por um sentimento de impermanência, um sentimento de dissolução, um sentimento onde as barreiras, onde a ação/reação, ou os desejos, apagam-se totalmente.

O Ser encontrado ao centro do Ser não tem, efetivamente, mais qualquer desejo, não está mais identificado às suas emoções ou ao seu mental.

O corpo de desejo, a personalidade, está permanentemente identificado e projetado em seus próprios desejos, conscientes ou inconscientes, e em suas próprias atividades mentais conscientes e cognitivas, ou inconscientes e subconscientes.

O Supramental não se importa com tudo isso.

O Supramental é estabelecimento na vacuidade e, ao mesmo tempo, na Vibração, onde não existe mais nem desejo, nem emoção, nem vontade, nem atividade mental, nem comportamental.

A qualidade da Consciência estritamente nada tem a ver.

A consciência do ego, o corpo de desejo, está em oposição total, em oposição absoluta ao corpo do Ser.

O ego e o Si apenas podem se entender excepcionalmente.

Enquanto exista um desejo em você, que esse desejo lhe pareça justificado e normal (no sentido empresarial ou no sentido de seu desenvolvimento pessoal, ou de sua busca pessoal), não pode ali haver acesso ao Ser.

Toda a sutileza vem daí.

Assim, a maior parte dos ensinamentos os orientou numa busca dita Interior, esotérica ou espiritual, literalmente enchendo-lhes a cabeça que, satisfazendo sua sede de conhecimento de você mesmo, que se apropriando de um conhecimento dado ou um outro conhecimento (exterior a vocês mesmos) vocês iriam chegar ao estágio do Si e do Coração.

Isso é impossível.

O único modo de penetrar o Coração e o Coração do Ser apenas se pode fazer pelo que o Arcanjo Anael chamou um abandono à Luz.

O abandono à Luz é um ato consciente.

Mas este ato consciente não depende do corpo de desejo, ele não depende da vontade, ele não depende, sobretudo, de um comportamento, mas, sim, de uma rendição.

É esta própria rendição, chamada, em outras tradições, de crucificação do ego, que vai permitir a passagem do corpo de desejo ao corpo do Ser.

É por isso que os Yogas, no Oriente, descreveram, do modo o mais minucioso possível, o que acompanha a passagem de um estado de consciência ao outro.

A descrição, tal como foi feita nos Yogas Sutras de Patanjali, a descrição que foi feita pelo Kriya Yoga (por exemplo, e não é limitativo) insistiram amplamente sobre a descrição de certo número de sinais, extremamente precisos, traduzindo a passagem do corpo de desejo ao Coração do Ser, até descrever, mesmo, os sinais correspondentes ao estabelecimento definitivo no Ser.

Coisas, obviamente, que o conhecimento exterior não lhes falará, evidentemente, jamais, justamente para evitar-lhes, de modo por vezes muito malicioso, de ir para seu Ser.

Assim, o ser humano, desde muito tempo, vai de conhecimento em conhecimento, que lhe dá o progresso aparente, o sentimento aparente, de ampliar seu campo de percepção.

Mas não é nada.

A única coisa que se amplia é a cabeça, e unicamente a cabeça, e isso, em todos os sentidos do termo.

O Coração não se importa com qualquer conhecimento ou com qualquer experimentação que não toque o Ser diretamente.

Tudo o que é aplicado ao exterior de si é perdido para o Si e enriquece, de modo interminável, o corpo de desejo.

Assim, portanto, o corpo de desejo não os conduzirá jamais ao Coração do Ser.

Sua vocação, sua finalidade é, justamente, exatamente o inverso do caminho do Coração.

A tal ponto que a falsificação, ao nível espiritual, consistiu em desviá-los de seu Coração para fazê-los ir aos níveis dos quais mesmo Buda, em pessoa, ele mesmo, disse: «quando você encontra os poderes, salve-se rapidamente».

Que faz hoje esse mundo que não está aberto ao nível do Coração?

Tem sede, em seu corpo de desejo, de uma espiritualidade.

Tem sede de conhecimento.

Tem sede de saber quem é.

Tem necessidade de saber o que foi.

Tem necessidade, sobretudo, de saber quem será.

E tem a impressão, esse corpo de desejo, de realizar o Si.

Ora, nada o afasta mais do que esta atitude de espírito e esse comportamento.

Apenas, justamente, parando esse princípio de balanço (ação/reação), justamente parando a consciência no instante, assim como foi denominado «aqui e agora», que pode se revelar e se concretizar o Si.

De outro modo isso é estritamente impossível.

Alguns ensinamentos vão mesmo até elogiar a abertura de funções espirituais que efetivamente Buda dizia para fugir (os poderes da alma) que são, geralmente, e que permanecerão, aliás, os poderes espirituais que estritamente nada têm a ver com a mestria ligada ao Coração.

A ilusão continuará, portanto, com força total, especialmente porque não pode haver qualquer satisfação na abertura do ego espiritual, mas, bem mais, enriquecimento do corpo de desejo que vai, por sua vez, envenenar, literalmente, esse corpo de desejo e fazê-lo ir num caminho onde os desejos vão aparecer como cada vez mais aumentados.

Que se refira aos desvios ao nível da alimentação, que se refira aos jogos de sedução dos outros, no sentido o mais amplo, no sentido da manipulação, da dissimulação e da aparência de verdadeiro.

O corpo de desejo pode apenas sair crescido desse gênero de iniciação que, efetivamente, nada tem a ver com o Coração.

O Coração não será jamais, estritamente jamais, uma iniciação.

Initiare, em latim, quer dizer colocar-se no caminho.

O Coração não tem necessidade de ser colocado sobre o caminho, uma vez que ele É, de toda eternidade.

O jogo do corpo de desejo é, portanto, afastá-los, permanentemente, desta realidade eterna inscrita em vocês, que é o Si que, efetivamente, não tem necessidade de caminho, dado que ele É, de toda Eternidade.

Ele tem somente necessidade, e isso é profundamente diferente, de um reconhecimento e de uma reconexão.

Isso nada tem a ver com qualquer iniciação.

Aqueles que os queriam conduzir para uma iniciação não estão, seguramente, no caminho do Coração, porque o caminho do Coração é o caminho do instante.

Ele não pode se sugerir através de uma iniciação, qualquer que seja, através de um ritual, qualquer que seja, porque o estabelecimento no Ser apenas se realiza quanto todo desejo é transcendido e não reprimido.

Assim como o disse o próprio Cristo: «julgar-se-á a árvore por seus frutos».

Quais são os frutos?

Será que são frutos ligados ao corpo de desejo, com um reforço de impulsos, um reforço da exaltação das emoções, quaisquer que sejam, ainda mais exacerbadas que anteriormente, com um sentimento de prazer ou um sentimento de frustração?

Ou então, ao contrário, será que o caminho do Coração conduz ao desaparecimento do corpo de desejo?

O que não quer dizer que o homem que vive isso não expresse mais desejos fisiológicos.

Simplesmente, não são mais seus desejos que comandam, não é a vontade de reprimir um desejo que comanda, mas o estabelecimento na plenitude ou na vacuidade, que corresponde ao Coração.

O Coração não é, portanto, ação nem reação.

Ele é Ser.

Ele não é, certamente, saber.

Ele é estabelecimento na Presença.

Alguns Arcanjos, entre vocês, os fizeram aproximar deste estado Vibratório especial denominado a Presença.

Alguns de vocês, através das Núpcias Celestes, ou mais recentemente, começam a perceber essas famosas Vibrações.

Obviamente, como o significou e estipulou Um Amigo, existem muito numerosos estados intermediários que permitem conduzir até ao estabelecimento permanente no Coração.

A Consciência do Ser é estabelecida de maneira definitiva no Coração unicamente quando tem acesso ao que é chamado de dois últimos Samadhi: o estabelecimento da Alegria e o estabelecimento da dissolução.

Anteriormente, todo retorno a uma outra realidade, ligada ao ego, é sempre possível, se bem que, quanto mais quem avance no caminho do Ser, se reforça no Ser, ele mesmo.

Apenas alguns egos – corpos de desejos particularmente resistentes, implicados nos comportamentos aberrantes – que vão tentar se nutrir da Vibração do Ser.

Assim que a Consciência comece a se estabelecer no Ser, o corpo de desejo se modifica.

A percepção Vibratória torna-se totalmente diferente.

Retenham que a percepção das Vibrações (ou do que vocês chamam de Energia) nada tem a ver enquanto vocês estão ao nível do ego e ela se torna completamente diferente assim que vocês passam ao nível do Coração.

A Vibração ligada ao ego é uma Vibração de natureza eletromagnética que vai ser descrita e percebida por todos e cada um que tenha desenvolvido sua própria Energia vital.

A percepção da Energia não é absolutamente a tradução da abertura do Coração.

Em um determinado momento, quando das primeiras etapas do estabelecimento na Consciência do Ser, aparece uma nova Energia, que eu qualifiquei, em minha vida, como Energia Supramental, Energia vinda do plano da Cittá, que nada mais tem a ver com a Energia prânica, que se manifesta segundo características totalmente diferentes, cuja própria circulação, no corpo ou ao redor do corpo, nada mais tem a ver com as Energias prânicas.

A característica não é uma circulação, no sentido eletromagnético.

É um Fogo.

É a palavra que pode voltar frequentemente.

Um Fogo ardente que, no entanto, não consome.

Isso pode ser também, quando da realização do último Samadhi ou de suas premissas, um Fogo devorador, picotando o conjunto do corpo extremamente rapidamente, que está ligado à agregação das partículas Adamantinas no canal do Éter ou Sushumna e nos diferentes chacras.

As Energias prânicas podem se manifestar nas emoções.

Elas vão dar, então, correntes de ar girando ao redor da pessoa e podendo fazer crer que há estabelecimento no Ser.

É uma ilusão.

O Ser não será jamais esse tipo de Energia e esse tipo de consciência.

O estabelecimento no Coração é perceptível para aquele que ali se estabelece.

O famoso switch da Consciência é uma realidade quando ela é vivida.

Isso vai se traduzir, instantaneamente, por uma modificação das referidas percepções energéticas, ao nível do corpo, onde as Energias prânicas vão progressivamente deixar o lugar para o que é chamado de Energias Supramentais ou plano da Cittá.

Há, portanto, uma diferença essencial entre a consciência do ego e a Consciência do Ser.

Nas manifestações também, que foram dadas nos Yogas Sutras de Patanjali, ou também nos ensinamentos do Kriya Yoga, o aparecimento de indicadores que são o Nada ou o Canto da alma, os Siddhis, também, que aparecem (os poderes da alma), que são, ainda uma vez, apenas poderes, mas que traduzem, entretanto, um caminho para o Coração.

O Coração é também o estabelecimento na Unidade, da Vibração.

A diferença essencial, também: a Vibração ligada ao corpo de desejo, manifestada ao nível da ilusão (que nós chamamos, com vocês, a ilusão Luciferiana) vai desencadear certo número de coisas ligadas à visão.

Visão surgindo muito precisamente com os olhos fechados, ou seja, ao nível do terceiro olho, o que não é absolutamente quando do estabelecimento no Ser, onde a própria percepção do que é chamado de Luz Luciferiana não existe mais.

A percepção se torna diretamente empática.

Isso poderia se expressar pelas palavras seguintes, mas que não expressam, contudo, a Verdade intrínseca do que é vivido: a visão Luciferiana é uma projeção sobre uma tela denominada mental ou a tela do terceiro olho; a visão do Coração é um conhecimento instantâneo.

Há conhecimento direto, conhecimento estabelecendo-se pela Verdade do que é percebido, na Unidade, e não mais por qualquer identificação visual ligada aos olhos fechados.

Toda a diferença está nesse nível.

As Vibrações, é claro, acompanhando o ego espiritual no corpo de prazer, nada têm a ver.

No corpo de desejo, ou no corpo do ego espiritual, a Energia pode ser muito ampla, mas ela é de natureza diretamente vinda do corpo de desejo.

Ela vai, portanto, envolvê-lo, encantá-lo, exaltá-lo, conduzi-lo a condutas que nada têm a ver com o Coração.

A Energia do Ser, ou corpo do Ser, que se manifesta ao nível do Coração, vai colocá-los em ressonância ao nível do Coração e vai fazê-los participar, mesmo se isso permaneça do domínio da experiência e não do estabelecimento da Vibração, daquele que manifesta esta Vibração cardíaca.

Há uma diferença essencial, também, é que a Vibração do corpo de desejo, no ego espiritual, vai provocar certo número de desvios.

Ela vai arrastá-los, obviamente, na emoção.

Vai exacerbar suas próprias emoções, ao invés de contê-las e controlá-las.

É toda a diferença com a Vibração daquele que está no Coração e, portanto, no corpo do Ser.

Evidentemente, é muito lógico que inúmeros seres humanos sejam seduzidos, literalmente, pelos poderes da alma.

A visão de suas vidas passadas, a visão de certo número de coisas em relação com o terceiro olho pode ser extremamente sedutora e perturbadora.

Mas, em qualquer caso, e toda a armadilha está aí, isso não corresponderá a um estabelecimento no Si.

Quanto mais se desenvolver a Vibração do terceiro olho, mais vocês se afastarão da Vibração do Coração.

Não pode existir, de maneira simultânea, Vibração do Coração e Vibração do terceiro olho.

Em contrapartida, é evidente que, com as Núpcias Celestes, o terceiro olho não está mais limitado à sua parte congruente denominada Triângulo Luciferiano, eis que houve Coroamento, Redenção e, portanto, há realmente chacra existente ao nível do terceiro olho.

Mas o chacra não é unicamente o terceiro olho, ele é o conjunto da coroa percebida ao nível da cabeça.

É já uma distinção extremamente importante.

Em seguida, observem, em vocês, o que se estabelece.

Será que se estabelece, em vocês, a reação?

Será que se estabelece, em vocês, um estado de Paz, de serenidade, de vacuidade e de plenitude ao mesmo tempo?

Ou então, será que se estabelece em vocês uma falta, um desejo, uma necessidade?

Toda a diferença se situa também, em sua consciência, nesse nível.

E, enfim, coisa que não poderá jamais enganá-los, qualquer que seja o aspecto Vibratório – seja nas primeiras etapas do estabelecimento do corpo do Ser, como em sua realização final, denominada Maha Samadhi – obviamente há percepção consciente de uma Vibração existente ao nível do peito.

Coisa que não existirá jamais ao nível do terceiro olho e do ego espiritual.

Certamente, alguns seres puderam viver a experiência inicial de Vibração do Coração, mas não é por isso, se o ego espiritual toma a dianteira, que eles vão se estabelecer na Vibração do Coração.

A emoção participa, irremediável e definitivamente, como eu disse, no corpo de desejo.

O Coração Vibral é tudo, exceto uma emoção.

Ele é estado.

Estado de Ser.

Estado de realização.

Estado de Despertar autêntico e não Despertar Luciferiano.

O acesso ao Si, pela Vibração do Coração, vai conduzir, sobretudo neste período (o que não era possível em meu tempo e também em vários anos após), ao que é chamado o Corpo de Existência.

Certo número de sinais também pode se manifestar, naquele momento, significando que o momento não chegou para aceder a esta Existência, mas para se estabelecerem, cada vez mais duravelmente, no Si.

Naquele momento, podem se manifestar o que eu chamaria de Energias coercitivas ao nível das raízes dos membros, impedindo-os, literalmente, de deixar esse corpo, porque não houve suficiente transcendência o corpo de desejo.

De fato, a Vibração do Coração e o estabelecimento da Consciência, no Ser, vão dissolver e desagregar progressivamente, de acordo com tempos que são diferentes para cada um, o corpo de desejo.

Isso pode se estabelecer instantaneamente, como tomar, apesar da quantidade e da qualidade da Luz que chega até vocês, certo tempo.

Durante esse tempo, é importante respeitar as demandas da Vibração de seu corpo que são, de fato, as demandas da própria Luz que lhes permite evitar as armadilhas.

Aí estão as algumas palavras que tinha necessidade de lhes comunicar, relativas às emoções e ao Coração.

Tenho-me, evidentemente, à sua disposição, para completar esta exposição, se isso é necessário.
 
Questão: o que você entende por respeitar as Vibrações de nosso corpo?
 
Há momentos, quando a Consciência se estabelece no Coração, onde o corpo vai manifestar sentimentos de gravidade, de peso, que não são destinados a impedi-los de viver o Coração, bem ao contrário, mas, unicamente destinados a estabelecê-los ainda mais facilmente no Coração.

A percepção, ou de incômodo, ou de dor, ao nível dos membros ou dos segmentos de membros, vai confortá-los no estabelecimento no Ser.

Não há que lutar contra.

Isso não é um tormento.

Isso não é um impedimento, mas, bem mais, uma direção da Energia, inteiramente, para o Coração.

O relaxamento das extremidades e dos membros poderá se fazer a partir do momento, como eu disse, em que o corpo do desejo for suficientemente dissolvido.
 
Questão: poderia dar ume exemplo de desejo e um método para transcendê-los?
 
Cara Irmã, assim como eu disse, não é possível transcender o desejo lutando contra um desejo, porque ele se voltará, inexoravelmente, sob a mesma forma ou sob outra forma.

Querer lutar contra o desejo é uma ilusão.

Não pode haver luta contra um desejo.

Um desejo corresponde a uma falta e toda falta, na matriz, tem necessidade de ser preenchida.

Assim, portanto, não há exemplo a dar.

Apenas no estabelecimento do Ser que pode se dissolver, começar a se dissolver, o corpo de desejo, mas absolutamente não antes.
 
Questão: aspirar à Existência pode ser uma forma de desejo?
 
Tudo depende se houve abertura do Coração ou não.

Se a Vibração do Coração é ativa, naquele momento, há uma aspiração que não é um desejo, nem uma vontade.

Eu chamaria a isso uma tensão, ligada ao abandono à Luz.

Esta tensão não pertence ao corpo de desejo, eis que ela nasce mesmo da Vibração do Ser.

O que não é de modo algum a mesma coisa.

A partir do momento em que o corpo do Ser não está desperto, naquele momento, a tensão para a Existência reforça o corpo de desejo.

Ela provocará, naquele momento, tanto mais frustração, ou negação.
 
Questão: é o abandono à Luz que vai permitir a dissolução do corpo de desejo?
 
Perfeitamente.

Você pode começar a se estabelecer na Vibração, pela experiência, no Ser.

Coisa hoje extremamente mais fácil do que antes da primeira Onda Galáctica.

É por isso que nós insistimos no fato de que não há qualquer barreira além daquela do ego para aceder à dimensão do Coração.

Obviamente, o modo de ali aceder pode ser diferente para cada um, tanto mais que o corpo de desejo, como eu o demonstrei, é uma oposição importante ao estabelecimento no Ser, porque o corpo de desejo existe apenas porque existem desejos e faltas.

Preencher uma falta, qualquer que seja, não basta para fazer desaparecer o corpo de desejo porque, naquele momento, o corpo de desejo encontrará outras faltas a preencher e é sem fim.

Apenas na realização do Ser ou, em todo caso, começando a viver as experiências do switch da Consciência, como lhes foi proposto, que vocês poderão, pouco a pouco, começar a dissolver e a desagregar, literalmente, o corpo de desejo.

Ainda uma vez, esta dissolução, esta desagregação pode apenas se fazer se há abandono à Luz.

O abandono à Luz, assim como o expôs o Arcanjo Anael, é um dos elementos motores da realização do Si e da Existência.

O abandono à Luz é o abandono de sua própria vontade, correspondendo, assim, às frases pronunciadas pelo Cristo, mas que são bem reais: «que sua vontade seja feita, e não a minha».

Naquele momento, há aceitação da entrega de sua própria vontade, não a uma autoridade exterior, mas a uma autoridade Interior, que é a Fonte e, portanto, a Vibração do Coração.

Então, é claro, desde a associação das novas frequências, uma chave lhes foi dada: o estabelecimento da nova Tri-Unidade.

A ativação do que é chamado de nono corpo favorece a eclosão do que é denominado o Samadhi, favorece, portanto, assim, de maneira direta e indireta, o estabelecimento de sua Consciência no Ser.

É preciso então passar, naquele nível, da experiência ao estabelecimento permanente.

O que apenas se pode fazer pela repetição da própria experiência do Samadhi ou da Vibração do Coração.

Alguns seres ali chegam na primeira vez e se estabelecem de maneira definitiva, instantaneamente, no Coração.

Outros vão ter necessidade, ao contrário, de dissolver progressivamente, pelo estabelecimento da Vibração do Coração, o corpo de desejo.

Tudo é, evidentemente, função de seu próprio caminho e não de sua vontade.
 
Questão: a que corresponde o fato de se despertar com o peito queimando?
 
Isso corresponde, incontestavelmente, ao afluxo da Onda Galáctica e às partículas Adamantinas, partículas da Radiação do Ultravioleta, do Espírito Santo e da Fonte, que se derramam sobre a Terra desde já vários anos.

Agora, isso não basta para fazer um Despertar do Coração, mas são as primícias.

Isso significa que há, efetivamente, acumulação de partículas Adamantinas ao nível do corpo.

O Arcanjo Anael lhes disse, há um ano e meio, desta importância capital do abandono à Luz.
 
Questão: qual é o significado de sentir um apoio muito forte ao nível do terceiro olho?
 
Cara Irmã, isso depende, obviamente, se o Triângulo Luciferiano está invertido ou não.

Ele foi invertido pela ação Micaélica em 16 de outubro, há muito poucos dias.

Assim, portanto, nesse momento, o Triângulo chamado de Luciferiano é chamado a trabalhar Vibratoriamente de maneira muito intensa devido mesmo a essa reversão.
 
Não temos mais perguntas. Agradecemos.
 
Irmãos e Irmãs na humanidade, eu lhes digo e eu o repito, vocês não estão sós, mas apenas vocês, em particular, que podem se estabelecer no Coração, porque é sua decisão, porque é sua escolha.

Cabe a vocês escolher, como foi dito e repetido.

Eu os convido a ler e a reler minha primeira intervenção, há alguns dias, sobre a noção de choque e de medo (ndr:
intervenção de 17 de outubro de 2010).

Vocês ali lançam mão dos mecanismos de funcionamento extremamente precisos do humano, que eles estejam no corpo de desejo ou no corpo do Ser, que serão total complemento com o que eu acabo de exprimir.
 
Irmãos e Irmãs,
meu Amor e a gratidão os acompanhem.

Eu lhes digo até muito em breve.
 
 
 
 
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Mensagem de SRI AUROBINDO,
pelo site Autres Dimensions
em 22 de outubro de 2010





Rendo Graças às fontes deste texto:
Tradução: Célia G.
 
 
 
 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O MEDO É UMA SECREÇÃO DO MENTAL - SRI AUROBINDO - 17-10-2010 - COM ÁUDIO

Rendo Graças ao autor desta imagem
 
 
 
 
SRI AUROBINDO
17/10/2010
 
 
 
 
O MEDO É UMA
SECREÇÃO DO MENTAL
 
 
Eu sou Sri Aurobindo.

Irmãos e irmãs na humanidade,
eu lhes apresento minhas saudações e minhas homenagens.
 
Eu voltei porque o conselho dos Melquizedeques pediu para expressar-lhes alguns elementos com relação a uma palavra importante.

Essa palavra é a palavra medo para permitir que saibam, além das palavras, se isso for possível, o que representa o medo para a humanidade encarnada hoje.

O medo é uma secreção do mental.

O medo é uma secreção, mais especificamente, da parte arcaica de seu cérebro.

O medo é então uma secreção, ele não é vocês.

O medo é um elemento bloqueador e aprisionador, impedindo que encontrem o momento presente e que se estabeleçam em meio à sua Presença.

O medo é ou o medo da repetição de uma situação já vivenciada, ou da apreensão de algo desconhecido, vindo modificar um equilíbrio pré-estabelecido tendo conferido, em meio à personalidade, um sentimento de equilíbrio e de segurança.

Existe certo número de medos, ditos ‘arquetípicos’, relativos, por exemplo, ao medo da morte, ao medo da doença, ao medo do abandono, certo número de medos oriundos de experiências traumatizantes, vivenciadas ou individualmente, ou ao nível coletivo de toda humanidade.

O medo é um elemento paralisante.

É uma emoção originada do mental e que induz, literalmente, uma ação, uma reação.

Essa ação e essa reação podem se constituir, com frequência, do que é denominadoansiedade ou estresse, refletindo a perda, a ruptura de um equilíbrio Interior, que esse equilíbrio Interior seja estabelecido em meio à personalidade, como em meio à realização do Si.

O medo é então o que se opõe, formalmente, ao estabelecimento da Alegria, à manifestação da Alegria.

O medo é literalmente uma secreção, ou seja, ele é elaborado a partir do zero, frequentemente sem qualquer suporte real.

O medo se manifesta pela antecipação, pela projeção de uma Ilusão sobre outra Ilusão.

De fato, tudo é em função do olhar, do olhar que você sustenta e do ‘ponto de vista’ que você sustenta.

Se a Consciência se estabelece em meio ao Si, em meio ao Coração, naquele momento, o medo não tem qualquer razão de existir porque, o Coração sendo encontrado, não pode ali haver aniquilação, mesmo pela supressão de toda forma de vida em meio à Dualidade, dessa Alegria inextinguível que é o Coração.

O medo é, portanto, uma secreção visando impedi-los, por sua estruturação e por seu impacto ao nível mesmo químico, de realizar sua Presença a vocês mesmo em meio ao Coração.

Cabe diferenciar os medos associados às projeções, os medos associados ao desconhecido porque os medos associados ao desconhecido irão se manifestar sistematicamente quando a Consciência humana for confrontada a um elemento irrompendo na realidade comum.

É apenas na imersão total em certos estados de Consciência associados ao Coração, em ressonância com o Coração, que nenhum virá preocupar um estado de Consciência ligado ao que é chamado de Maha Samadhi ou Grande Samadhi, realizado por alguns seres.

Independentemente desse estado tão particular de realização do Maha Samadhi, do estado de Samadhi absoluto, o ser humano será submetido a esse medo do desconhecido, porqueisso está engramado no cérebro arcaico e, portanto, independe de toda manifestação da Consciência Unitária.

Esse medo visa, antes de tudo, uma preservação desse veículo que é chamado de corpo.

Deste modo, tudo o que vier ameaçar a existência mesmo desse corpo vai se traduzir por um medo refletindo, novamente, um desejo de fuga e um desejo de evitar um medo vindouro ou um sofrimento vindouro.

O medo é então uma manifestação emocional, resultante de algo que não é conhecido, apreendido, experimentado em meio ao mental.

O que acontece, hoje, ao nível de toda humanidade encarnada, meus Irmãos e minhas Irmãs, é a volta do Supramental tal qual eu havia anunciado em minha vida.

Hoje, em suas palavras, vocês chamam isso de Onda Galáctica.

Essa Onda Galáctica que eu tinha percebido, visto, não vem sozinha.

Ela se acompanha de certas manifestações inéditas, portanto desconhecidas para sua Consciência comum.

Essa irrupção de outra realidade, de outra Dimensão, se vocês preferirem, em meio à sua Dimensão de vida mesmo Ilusória, vai produzir, de forma muito natural, um sentimento de retração e de medo, acessível pela ‘egrégora de medo’ existente nesse planeta.

Esse medo tornar-se-á, ao nível coletivo, um elemento tangível, perceptível que irá refletir, em sua Consciência, a reação que vocês têm, de maneira geral, a título individual, frente ao desconhecido.

O que vem é Luz, mas a Luz lhes é desconhecida.

O que vem é revelação e o desvendar dos seus véus.

Essa irrupção do desconhecido irá se traduzir, inicialmente, por uma resposta emocional coletiva do tipo medo ou negação, traduzindo-se, em um segundo momento e em um terceiro momento, por um período de negociação, ou de negação, para alguns.

Essa negação podendo se traduzir, ao nível sempre emocional, pela raiva e por uma recusa.

E depois, diante do estabelecimento de alguns fatos, bem reais mesmo em meio à sua Ilusão, seguir-se-á, definitivamente, para alguns, um estado de aceitação desse desconhecido porque haverá uma reconexão real e então uma identificação do que lhes parecia desconhecido, como perfeitamente conhecido e perfeitamente identificável.

Isso sendo colocado, convém compreender que a Consciência comum passará sistematicamente, em todo ser humano, por várias dessas etapas.

A aquisição intelectual, a aquisição ao nível conceitual ou ao nível da percepção, não os impedirá, no momento oportuno, de experimentar e de sentir, a menos que esteja imerso no seu Maha Samadhi, de experimentar esse sentimento de medo.

A rapidez com que vocês irão transformar esse medo, essa secreção, a rapidez com que vocês serão capazes de se estabelecer no Coração, irá permitir-lhes sair da emoção e se instalar em um estado particular de Samadhi.

Esse Samadhi foi denominado de diferentes modos.

Em termos médicos, isso poderia se assemelhar a uma catalepsia.

Em linguagem mais, eu diria de sua época, isso se chama um fenômeno de estase.

A capacidade de sua consciência limitada para penetrar as esferas do Ilimitado e para se abandonar à Luz, como foi definido em várias reprises, será sua garantia da aceitação dos fatos porque são desses fatos que se trata e não de projeções.

A chegada da Luz é um fato.

A modificação de seu sistema solar é uma realidade e uma verdade, quer queiram ou não, quer vocês aceitem ou não.

Nós não estamos no domínio das percepções que pertencem a cada um, mas nós estamos no domínio das percepções globais e globalizantes, que se estabelecem como fato indubitável e perfeitamente real, em sua realidade.

O que vem se estabelecer é a Verdade.

É o retorno da Luz Supramental.

O medo é então secretado pelo mental porque o mental é a negação do Supramental, assim como o ego e a personalidade são a negação total da existência do Si ou de um estado outro que a personalidade.

Isso é o que vocês são chamados a viver, de maneira iminente, em termos humanos e em termos Terrestres.

Como uns e outros lhes disseram, a Terra decide, em sua Consciência (pela ‘lei de atração e de ressonância’ que colocará em ação a Merkabah Interdimensional coletiva e aMerkabah da própria Terra), e irá criar as condições propícias à revelação.

Essa revelação, que está em curso em suas Cruzes e sobre seu Sol e sobre os outros planetas do sistema solar, alcançará muito em breve a Terra.

Tentem, para compreender o mecanismo, ver quais foram suas reações frente aos seus próprios medos, que isso seja o medo do abandono, o medo da privação, que isso seja omedo da doença ou o medo da morte.

Qualquer que seja esse medo, observem quais são as condutas de esquiva, quais são as reações que vocês adotaram naqueles momentos porque há todas as chances de que as etapas que vocês vão passar, naquele momento, sejam em perfeita ressonância com o que vocês vivenciaram como medo até agora.

Se vocês têm medo de vazio, vocês viverão as mesmas sensações que o medo do vazio.

Se vocês têm o medo de carecer, vocês viverão a mesma sensação quando se colocarem na situação de carência.

O que não se deve dar crédito porque é isso que se manifestará, mas não será absolutamente a Verdade do que será vivenciado pela revelação da Luz.

Isso será apenas projeção dos seus próprios medos e das suas próprias reações aos seus próprios medos, nesses momentos precisos.

Alguns entrarão então em resistência e em negação, de maneira prolongada, o que será prejudicial para a entrada na estase ou no Coração.

Outros, tendo reconectado a Luz, compreenderão, de imediato, do que se trata.

Cada um, de fato, viverá seu próprio estado Vibratório no momento, em função do seu referencial e das suas experiências vividas.

Vocês não podem combater o medo com a esquiva.

Vocês não podem combater o medo com sua própria vontade ou com seu próprio conhecimento.

É apenas na aceitação e não na negação que se encontra a solução para o medo.

O que é importante gravar, em algum lugar de sua Consciência, mesmo limitada, é que o que vem é apenas Alegria, o que vem é apenas Revelação, o que vem é apenasmanifestação da Luz Unitária.

Qualquer que seja o filtro que possa ali aplicar sua consciência limitada, é bem disso que se trata.

Isso não é, unicamente, senão o retorno da Luz.

Esses são os alguns elementos que eu vim compartilhar com vocês porque o elemento ‘medo’ é certamente o que intervém na humanidade, em sua totalidade.

Porque vocês são de qualquer maneira uma totalidade, quer queiram ou não, em meio à Ilusão.

Independentemente do seu nível de Consciência pessoal e do seu estado de realização de Si, vocês estão, no entanto, submetidos a um ambiente coletivo planetário.

A emoção que vai se manifestar, em um primeiro momento, pode ser denominado um ‘choque’.

Esse choque é, em todo caso, uma sideração.

Essa sideração, culminando no medo coletivo, ao qual, obviamente, convirá nem se identificar de maneira alguma, nem aderir, porque esse não é seu medo, assim como isso não é seu choque.

Passado esses dois primeiros estágios, seguir-se-á o momento em que vocês identificarão vocês mesmo o que ocorre como um medo pessoal, remetendo-os então aos medos existentes e tendo existido em sua encarnação.

O ‘antídoto’ para o medo, naquele momento, não sendo nem a negociação nem a negação, mas bem a aceitação desse desconhecido que vem.

Da sua capacidade para desidentificar-se desse veículo de medo, da sua capacidade para descristalizar-se de seus apegos, será vivenciado, de maneira muito diferente, esse período.

O acolhimento, o abandono e a aceitação da Luz que vem é um processo fundamental e novo ao nível da coletividade humana, e vocês fazem parte, mesmo se vocês realizaram o Si, dessa coletividade, ainda.

É aí que o seu papel (para aqueles de vocês que terão revelado ou realizado o Si ou que terão acendido, de uma maneira ou de outra, ao seu corpo de Estado de Ser) assumirá todo seu significado e sua importância porque é graças a essa Merkabah Interdimensional que vocês atingirão em sintonia a Merkabah Interdimensional coletiva e a MerkabahInterdimensional da Terra.

Essa etapa representa a primeira etapa da Ascensão.

Ela é iminente.

Não busquem a data, não esperem nem temam nada.

Basta, simplesmente, se estabelecerem cada vez mais facilmente em sua Consciência cardíaca, na Vibração do Coração, na Tri-Unidade, na Coroa Radiante.

Aqueles de vocês que têm a chance de perceber, já, o Triângulo Sagrado ao nível do sacro, poderão viver esse período de medo com um estado de dissolução extremamente rápido do medo.

Aqueles de vocês que têm a chance de vibrar, já, em meio ao Fogo do Éter, da Coroa do Coração, poderão também ali se recarregar porque haverá, evidentemente, uma ressonância em sua capacidade para se estabelecer em meio ao Coração e à Luz que vem, que é, é claro, a Luz Vibral, exatamente a mesma que aquela que vocês vibram no seu Coração.

E então, o sentimento do desconhecido coletivo será rapidamente substituído por um sentimento do conhecido e pela experiência do conhecido porque é, definitivamente, omesmo nível de Consciência que se manifesta, desta vez, ao nível da humanidade.

A irrupção, em meio à sua realidade transitória chamada de 3ª Dimensão dissociada, de alguns elementos pertencentes à Luz Vibral, em sua constituição como nos elementos que a preenchem, representa, indiscutivelmente, um ‘choque’ importante para o conjunto da humanidade.

Nós disso temos estritamente Consciência, mas nós temos também confiança e Consciência de que aqueles dentre vocês que fizeram as ‘Núpcias Celestes’, por toda essa Terra, como aqueles que despertam, ainda hoje, para a realidade da Luz vibral, serão, em todo caso, as garantias do bom desenrolar desta etapa.

Como vocês sabem, a Luz irá se estabelecer, mas ela pode ainda se estabelecer de diferentes modos.

Cabe a vocês escolher, coletiva e individualmente.

Quanto melhor vocês se alinharem consigo mesmo e com sua Verdade final, melhor vocês permitirão àqueles que fazem parte do seu ambiente, por sintonia, por imitação, diluir o medo, porque alguns poderão compreender, naquele momento, que isso que vem é a Luz, mesmo ela sendo desconhecida.

Lembrem-se de que quanto mais vocês afastarem o ‘choque’ e o ‘medo’ coletivo, mais vocês encontrarão rapidamente, e de forma certamente amplificada, o que vocês têm desde já vivenciado, que isso seja ao nível da Coroa Radiante da cabeça, da Coroa Radiante do Coração ou do sacro porque haverá, efetivamente, uma ressonância formal das suas estruturas Interiores, a maior parte relacionada com a Vibração da Luz Vibral e do Amor.

Não há nenhum local melhor que outro.

Não há nenhum lugar melhor que outro.

Há apenas uma Lucidez, uma Atenção e uma Intenção a manifestar.

Não foi à toa que o Arcanjo Miguel e o Arcanjo Anael lhes sugeriram para observar seus Céus e o Sol.

Mais do que nunca isso está valendo.

Lembrem-se de que essa observação exterior corresponde ao que acontece em seu Interior.

Assim, aqueles capazes, até mesmo, de se conectar à Consciência do Si, à Consciência cardíaca, vivem já as primícias no seu Coração, em seu peito.

Essa opressão e essa impressão de vastidão que invade o peito correspondem à realidade do que está em via de acontecer.

A iminência (em nosso tempo, para nós, fora do seu tempo) está quase em sobreposição com a iminência do seu tempo.

As próximas semanas são momentos privilegiados para permitir-lhes encontrar o Si.

A Ilusão do seu tempo que transcorre é doravante precioso.

Cabe a vocês definir as suas prioridades.

As suas prioridades do momento determinarão o seu devir futuro.

A preparação, eu lembro a vocês, é antes de tudo Interior.

Certamente, uma preparação exterior pode ser concebível sob condição de que ela não seja um ‘álibi’ para fugir da sua preparação Interior.

Muitos de vocês, por diferentes canais, mesmo independentemente do Coração, percebem e sentem essa iminência sem poder sempre explicá-la.

Ela é real.

Ela irá se tornar cada vez mais palpável, a cada dia, a cada semana.

Cabe a vocês, então, agir, não para evitar o medo e o choque coletivo, mas mais para se estabelecer, cada vez mais facilmente, em sua Alegria Interior.

Jamais as circunstâncias foram tão propícias para realizar esse objetivo da Luz.

Eis, meus Irmãos e minhas Irmãs, o que eu tinha para dar, para entregar a vocês.

Se me concederem ainda um pouco de tempo, eu quero bem tentar ali fornecer um esclarecimento complementar, se houver em vocês questionamentos.
 
Pergunta: Os medos da infância, que não se sente mais, podem ainda aparecer?
 
Querida Irmã, como eu me expressei, é totalmente isso que irá acontecer.

A secreção do medo e o peso do choque, desencadeados por essa irrupção de outra realidade em meio à sua realidade ilusória, irão revelar, em cada ser humano, os medos arquetípicos.

É inelutável.
 
Pergunta: Ter a impressão de que o Coração está apagado ou afastado, assim como os arrepios no corpo, faz parte desse processo?
 
Totalmente.
 
Pergunta: Convém ir ao mais profundo dos medos quando eles ressurgirem?
 
Não.

A Atenção e a Consciência seguem aí onde vocês colocam sua Intenção.

A única Atenção e Intenção a aplicar é essa do Coração.

Não é questão de negar o que ali irá se manifestar, mas de não lhe dar peso nem consistência.

Vocês não podem superar o medo mergulhando nele.

Vocês apenas podem superar o medo coletivo ou individual estabelecendo-se no Coração.
 
Pergunta: Os animais domésticos sentirão esses medos e o que se pode fazer por eles?
 
No que diz respeito aos animais, não há qualquer medo a ter para eles, da mesma forma que para as crianças.

O medo coletivo humano afetará muito pouco o sentido animal e o instinto do animal.

Lembrem-se de que esse medo está situado ao nível do mental e unicamente ao nível do mental.

Os animais não têm medo da Luz.
 
Nós não temos mais perguntas. Nós lhe agradecemos.
 
Irmãos e Irmãs na humanidade, nós estamos com vocês e nós nos alegramos.
 
Que a Paz esteja em vocês.

Até breve.
 
 
 
 
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Mensagem de SRI AUROBINDO,
pelo site Autres Dimensions
em 17 de outubro de 2010





Rendo Graças às fontes deste texto:
Tradução: Zulma Peixinho

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A CONSCIÊNCIA SEPARADA E CONSCIÊNCIA UNIFICADA - UM AMIGO - 16-10-2010 - COM ÁUDIO

Rendo Graças ao autor desta imagem
 
 
 
 
UM AMIGO
16/10/2010
 
 
 
 
A CONSCIÊNCIA SEPARADA
E CONSCIÊNCIA UNIFICADA
 
 
Eu sou Um Amigo.

Do meu Coração ao seu Coração,
que a Paz, o Amor e a Unidade estejam em vocês.
 
Queridos Irmãos e Queridas Irmãs dessa humanidade, eu venho me expressar entre vocês.

Eu lhes dei, há pouco tempo, alguns ensinamentos que eu qualificaria de ensinamentos Yógicos.

Yoga significando postura: ‘Yoga da Verdade’.

Esse ‘Yoga da Verdade’, constituído de três partes, teve por objetivo fazê-los trabalhar em meio às suas estruturas sutis a fim de despertar, em vocês, a Consciência em outro estado que aquele que vocês estão habituados cotidianamente.

Eu insisti muito tempo sobre a relação de ressonância existente entre a Vibração ou a Energia e a Consciência, porque, efetivamente, a Consciência é Energia e a Energia é Consciência.

Eu gostaria, hoje, além desses ensinamentos que eu lhes dei, de recolocar um pouco melhor (certamente com palavras, mas que serão acompanhadas pela Vibração correspondente) alguns elementos visando efetivamente, em um primeiro momento, nutrir a sua cabeça e, eu o espero, em um segundo momento ou de maneira simultânea, o seu Coração, para penetrar mais adiante nas diferenças fundamentais existentes entre a Consciência distanciada e separada e a Consciência Unificada.

Dessa forma, se vocês bem o desejarem, nós empregaremos essencialmente duas palavras sobre as quais eu voltarei: a palavra “ego” e a palavra “Si”.

O ego é a Consciência do ego.

O ego é a Consciência da identificação a uma pessoa e a uma personalidade, a um conjunto de crenças, de funcionamentos em que o elemento motor é fazer uma distinção, uma separação, se vocês preferirem, entre isso que é o ego e isso que é exterior ao ego.

Inclui no ego, não unicamente o corpo, mas o que pertence a um círculo extremamente próximo de nossas relações, de nossas posses, quaisquer que elas sejam.

Portanto, no nível do ego, vocês dizem: “meu marido”, minha mulher” e não “um marido” e “uma mulher”.

Isso é próprio do ego que funciona por apropriação.

Mesmo não podendo identificar algo de posse, ele o possui, em todos os sentidos do termo.

E ego é então apropriador.

Ele também distancia, no sentido em que ele vai fazê-los considerar o que é para vocês diferente do que não o é.

O ego tem então um senso inato de ter, de posse e de separação.

É evidente que quando o ego fala dele, há uma diferença fundamental entre o que ele é e o que ele não é.

Há, portanto, uma barreira e um território que é traçado, em si como em meio ao que é denominado ‘círculo próximo’ (social, afetivo, profissional, familiar, etc.).

Esses círculos são aqueles nos quais o ego pode atuar, manifestar o seu poder, manifestar o seu afeto, manifestar as suas funções que são as de representar e de aparecer.

A sociedade ocidental moderna na qual vocês estão, nesse país [França], é, obviamente, profundamente impactada pelos jogos do ego e da personalidade.

A tal ponto que a grande maioria dos seres humanos é persuadida de ser apenas isso, essa família, essas crianças, seu automóvel, seu trabalho, isso ou aquilo, ali se fechando voluntariamente sob uma falsa segurança.

E, aliás, vocês criaram por isso (sobretudo nesse Ocidente) compromissos diversos e variados, guardando-se contra isso ou aquilo que viria irromper em meio ao seu círculo do ego, seu círculo de personalidade, seu círculo familiar ou seu círculo profissional.

O Si é uma outra Essência.

O Si não tem território.

O Si não tem limite.

Ele não é aprisionador.

Ele é, ao contrário, abertura.

O ego fecha e separa.

O Si abre e abrange.

O ego está em dualidade permanente porque ele determina suas ações, seus atos, seus pensamentos, em função de um único imperativo: bem / mal.

O que é bom para mim, eventualmente o que é bom para os outros (através de certas adesões a certas crenças) e o que é mal para mim, e o que é mal para os outros.

A moral, por exemplo, é oriunda diretamente desse mundo do ego.

Obviamente, existe uma multidão infinita de ego.

Assim como de seres humanos, eu diria.

Qual é a característica essencial do Si?

O Si não tem território.

Ele é às vezes esse corpo, mas além desse corpo, ele é também a árvore e o pássaro que canta.

Ele é a estrela que é vista no Céu.

Não há mais separação.

Não há mais divisão.

O Si é o que abrange e amplia.

O ego é o que restringe e fecha.

O Si, quanto a ele, os faz penetrar nos espaços infinitos.

Alcançar o Si é descobrir a Alegria e não mais o prazer.

O ego se satisfaz de prazer e não conhece a Alegria, ou então as suas alegrias são o que é chamado de ‘prazeres efêmeros’.

Que isso seja através da sexualidade, através do prazer proporcionado a terceiros, há percepção de uma expansão, mas essa expansão acontece sempre em meio ainda ao território que é o ego e a personalidade.

No Si, não há mais barreira, não há mais distância.

Vocês são às vezes esse corpo, mas, ao mesmo tempo, vocês não são mais esse corpo.

Vocês são, ao mesmo tempo, esse mental, mas vocês são, ao mesmo tempo, não mais esse mental.

A experiência de dissociação vivenciada em meio ao Si (que é, de fato, uma Unificação, mesmo se ela for vivida pelo ego como uma dissociação) é um momento que é reparado por todos em meio à Consciência.

É a experiência mística por excelência.

Isso que foi determinado e denominado, por Sri Aurobindo, o Switch da Consciência.

Mestre RAM lhes deu, no devido tempo, técnicas respiratórias ou de centralização da Consciência em meio ao Coração, de maneira a fazê-los descobrir ou se aproximar desse Estado de Si.

O Estado de Ser, agora, do qual nós falamos é a realização do Si, mas não mais fechado no Si, na imensidão deste mundo (ou seja, na matriz), mas que escapou à matriz.

Porque, mesmo em meio ao Si, tal como eu realizei na minha vida, há confinamento em meio a uma Ilusão, mesmo se essa Ilusão compreender a totalidade da Ilusão.

O Estado de Ser é uma outra etapa do Si.

Ele é vastidão.

Ele é Eternidade.

Ele é Imensidão, não se limitando mais a esse mundo e a essa matriz, não se limitando mais às dimensões sutis invisíveis, mas percorrendo o conjunto dos Universos, permitindo conectar, então, outras dimensões de vida, outras formas de vida, muito além dessa matriz, muito além dessa Ilusão.

Então, é claro, a passagem do ego ao Si e do Si ao Estado de Ser, ocorre por certo número de marcadores presentes, Vibratoriamente, no nível do corpo e, sobre isso, eu insisti longamente.

Agora, existem seres que não vivem esse aspecto Vibratório, no momento, estando como presos em meio a uma identidade, em meio a um ego.

Mas, mesmo nesse ego, o acesso ao Si é possível, na condição de respeitar certas regras.

Essas regras são extremamente simples.

Elas não recorrem mais à Energia, mas diretamente à utilização da sua Consciência a fim de obter uma modificação.

Os pilares foram dados a vocês pelos Arcanjos.

Eles são muito precisos: manter uma Atenção e uma Intenção constantes, bem além do que eu poderia chamar de ‘vontade de bem’ que é apenas o reflexo da dualidade (por definição, a ‘vontade de bem’ se opõe e se contradiz ao mal).

Aí, aqui, quando eu falo de Atenção e de Intenção, basta que a sua Consciência esteja lúcida e colocada sobre o que vocês fazem e sobre o que vocês são.

Sem distinção de ego, de Si, mas simplesmente, estar lúcida.

Uma lucidez que vai conduzir à Clareza e à Precisão, bem além do bem e do mal que vai fazê-los vislumbrar cada momento, cada instante, da sua vida, não mais sob o olhar do ego, nem sob o olhar de Si, mas com uma Consciência intermediária onde a atenção que vocês vão colocar no menor gesto da sua vida cotidiana, nas menores palavras, irão aproximá-los de um Estado de equanimidade, de um estado de pacificação, propício à eclosão do Si e então à manifestação da Vibração.

Que isso seja ao nível da Coroa Radiante da cabeça, que isso seja em meio à Coroa Radiante do Coração ou ainda ao nível do sacro.

Com efeito, alguns seres, apesar da sua assiduidade, não vivem o ‘Yoga Celeste’.

Por uma razão que é muito simples: a vontade está ainda muito impregnada, a vontade está ainda muito à frente do palco.

Não foi realizado o que o Arcanjo Anael denominou o abandono à Luz.

E aliás, muitos seres humanos não se colocam a questão do que significaria, em Verdade, esse abandono à Luz.

De fato, é um mecanismo às vezes extremamente simples, mas muito difícil de realizar em um mundo ocidental onde vocês têm o costume de batalhar para sobreviver, de batalhar para comer, de batalhar para viver, cada um à sua maneira, mesmo se ela não for violenta.

Mas é um combate.

O abandono à Luz é uma recusa ao combate.

Mas isso não é tampouco uma letargia.

É a aquiescência.

A aquiescência à vontade da Luz.

Colocar-se sob a influência real da liberdade da Luz a fim de que esta guie a sua vida, os seus passos, a sua respiração, as suas funções (mesmo as mais fisiológicas) na retidão da Unidade.

Isso resulta diretamente da observação da ‘lei de atenção’ e da ‘lei de intenção’.

Em seguida, estando centrado em meio à Atenção e à Intenção (ou seja, do que é denominado o ponto AL e o ponto OD, ou o Alfa e o Ômega, se vocês preferirem) vocês irão traçar o seu caminho segundo um novo rigor.

Esse rigor não é aprisionador, contrariamente àquele do ego, mas ele é abertura.

Ele permitirá que definam uma Consciência e que se desembaracem de tudo o que, até agora, os fazia autômatos, porque relegados a segundo plano.

Que isso seja a respiração, que isso seja a condução de um veículo, e até mesmo, para alguns de vocês, em meio aos seus relacionamentos rotineiros, de casal, familiar, ou com seus descendentes e seus ascendentes.

Cabe efetivamente tornarem-se de novo conscientes.

O caminho para o Si, isso não é unicamente fazer o bem aos seus filhos ou ao seu companheiro(a), mas é portando-lhes Atenção e Consciência a cada minuto, ou seja, não invadi-los, não enfrentá-los, mas estar realmente, o que eu poderia denominar, estar à escuta e aberto.

Aberto não quer dizer simplesmente “obrigado querida” [ou “obrigada querido”], em meio a um casal, mas estar consciente ao dizer: “obrigado querida” [ou “obrigada querido”].

Fazê-los sair do automatismo para que penetrem o arcano da Consciência.

Isso pode ser uma via de passagem do ego ao Si.

E, além da Atenção e da Intenção, definem-se dois outros pilares extremamente importantes, que foram denominados, pelo Arcanjo Anael: Hic e Nunc.

Denominados em linguagem suméria original: Im e Is e que, se vocês o desejarem, no que me interessa para expor-lhes hoje, eu denominaria: Aqui e Agora.

A Consciência comum tem tendência a se resguardar do futuro.

A prever.

A antecipar.

A ser atingido, também, pelos sofrimentos do passado, pelas provações vividas, pelas cicatrizes emocionais memoriais, pelas cicatrizes mentais de todas as coisas que fizeram o seu ego e a sua personalidade.

Ao passo que, se vocês se colocarem no Aqui e Agora, não há mais lugar para o amanhã, não há mais lugar para o ontem.

Estando-se lúcido, e estando-se na Clareza do momento presente, estando-se Atento e estando-se na Intenção, além do Bem e do Mal, vocês irão realizar a Cruz tal qual ela foi definida e realizada pelo Arcanjo Metatron.

Colocando-se, portanto, na Atenção, na Intenção, no Aqui e Agora, vocês escapam, à sua maneira, da Consciência do ego e, pouco a pouco, vocês podem penetrar a Consciência do Si, a Consciência do Si que apenas pode se encontrar se não houver qualquer referência a um passado, nem qualquer projeção em relação a um futuro.

É o famoso ‘Aqui e Agora’ do momento presente que irá revelar-lhes o que o Arcanjo Uriel chamou de Presença.

Presença a vocês mesmos pela Vibração do Coração que pode então se abrir e se manifestar para a Consciência, que é a primeira porta de acesso ao Estado de Ser.

O Si não é o Estado de Ser.

O Si é uma das etapas para o Estado de Ser.

O Si é já a realização do Samadhi a um grau em que o humano, em meio ao ego, não pode conceber nem imaginar.

Isso pode se refletir em diferentes termos como, por exemplo, fazer Amor consigo mesmo ou estar em prazer permanente como durante o que vocês denominam um ato sexual, mas algo que não dura por um bilionésimo ou um milionésimo de segundo, mas que dura eternamente.

Portanto, ao se adotar, ao nível mesmo da Consciência limitada, o ‘princípio de Atenção, de Intenção’, o ‘princípio do Aqui e Agora’, vocês vão obrigar o seu ego a soltar o nível mental.

Sem mesmo falar de meditação, sem mesmo falar de Yoga da Luz ou da Verdade, ou da Unidade, vocês vão pouco a pouco levar a sua Consciência a vibrar no nível do Si.

E, naquele momento, o Coração poderá se abrir.

Por que é que eu lhes digo isso agora e não disse antes?

Porque somente desde pouco tempo a Merkabah interdimensional coletiva despertou, facilitando o Despertar para aqueles que não acessaram a Vibração e a Energia.

Lembrem-se do que eu acabo de lhes dizer e nós discutiremos também, se vocês bem o desejarem.

A partir do momento em que vocês estiverem na Atenção e na Intenção, mesmo com relação a coisas comuns e habituais da sua vida, a partir do momento em que vocês se colocarem entre o Aqui e o Agora, no instante, a Presença revelar-se-á a vocês.

E não pode ser de outro modo.

E isso pode acontecer instantaneamente.

Não há necessidade de coisas complicadas.

Não há necessidade de perceber, de sentir qualquer Energia, porque isto irá se instalar por si mesmo e irá fazê-los penetrar o ‘mistério do Si’ e a ‘realização do Si’, levando, ainda aí, à experiência dos seus primeiros Samadhi, do seu primeiro êxtase no Interior de vocês mesmos.

A partir daí, a porta do Coração será aberta, a porta do canal central será recoberta de partículas Adamantinas e irá permitir-lhes experimentar muito mais.

Então, retenham simplesmente, através das poucas palavras que eu acabo de lhes dizer, que se a sua Consciência egotista se colocar voluntariamente (e pela vontade, desta vez, em um primeiro plano) ao nível da Atenção e da Intenção, se, a cada minuto, a cada sopro da sua vida, vocês se centralizarem de novo no Aqui e Agora, naquele momento, vocês serão novamente centralizados e alinhados.

E, naquele momento, a Presença, a sua Presença a vocês mesmos, poderá se manifestar.

A armadilha do ego, a armadilha da pessoa que vocês desempenham, cairá e vocês descobrirão esse fenômeno denominado, em outras vezes, o abandono à Luz.

A passagem do ego ao Si é, portanto, uma Revelação, uma descoberta e uma reversão.

Vocês passam do limitado ao ilimitado, do território fechado ao território aberto, que abrange todo mapa e não mais um único território.

Dessa forma, vocês penetram a ausência de distância, a ausência de dissociação.

Vocês passam na Unidade e na Unificação.

Vocês passam na percepção consciente e lúcida, onde não existe nenhuma barreira, nenhuma separação entre o seu Si e o Si do outro, porque vocês são fundamentalmente a mesma Essência.

Assim, portanto, nós lhes demos vários caminhos para permitir-lhes conectá-los e associá-los à sua Essência.

Hoje, é importante realizar o Si, isto é, deixar cair a máscara.

Vocês não poderão levar nada do que vocês são, do que vocês creem ser, quando a Onda Galáctica os atingir.

Vocês apenas irão alcançar, vocês apenas irão levar o que vocês se tornaram e unicamente o que vocês se tornaram.

Então, é claro, aqueles que têm a oportunidade Vibratória de viver as Coroas Radiantes, de viver o Despertar do sacro, não têm que se colocar esse gênero de questões (embora tendo interesse em praticar também a Atenção, a Intenção, o Aqui e o Agora) porque, ao se centrar em meio aos quatro pilares, a instalação da Presença se torna cada vez mais intensa, cada vez mais viva.

Há, portanto, naquele momento, realmente, na totalidade, para esses seres Vibrando a Vibração, a dissolução do ego, o desaparecimento do pequeno Eu e a instalação definitiva em meio ao Si.

Agora, aqueles que não vivem a Vibração e a Energia podem se servir desses quatro pilares porque vocês fazem atuar, naquele momento, níveis extremamente precisos ao nível do seu cérebro, que são o meio de passagem, de reversão e de acesso à Vibração real do Coração.

É uma oportunidade única que lhes é aberta, durante esse último período de tempo que tem sido chamado de ‘descontado’, para se abrirem à sua realidade suprema.

Cabe a vocês apreender-se disso.

Cabe a vocês colocar em ação.

Ainda uma vez, nós sempre temos lhes dito, nós não poderemos jamais, jamais, dar esse passo no seu lugar.

Apenas vocês é que podem abrir o seu Coração, mesmo o Arcanjo Miguel e a nova Tri-Unidade podendo, doravante, penetrar diretamente no seu Coração e não mais passar pela cabeça, devido à modificação das circunstâncias eletromagnéticas da Terra, devido ainda à chegada da Onda Galáctica, apenas vocês é que podem decidir abrir definitivamente a porta do seu Coração.

E então, cabe a vocês, por todos os meios que lhes foram dados, pela prática do Serviço, pela prática da devoção, pela prática da Atenção, da Intenção, do Aqui e Agora, vocês irão, inexorável e inelutavelmente, reingressar na dimensão do Si.

Não existe qualquer obstáculo.

É o ego que apresenta as coisas assim.

Mas mesmo o ego pode ser utilizado para encontrar o Si.

Nós lhes demos também uma técnica respiratória.

Nós lhes demos também meios Vibratórios.

O que é agora essencial desde mais de duas semanas, é que a Energia está ao alcance da Consciência, porque um conjunto de seres humanos se reuniu para revelar, por toda essa Terra, a Merkabah interdimensional.

Portanto, cabe a cada um dos seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças, quaisquer que sejam seus freios, quaisquer que sejam suas barreiras, aceder, ele também, em Verdade, se ele o quiser e o desejar do mais profundo do seu Ser, à dimensão do Si, e, ainda uma vez, ao acesso possível ao Estado de Ser.

Quanto mais passarem os dias e as semanas, mais vocês irão realizar os exercícios que lhes convier, mais vocês irão se aproximar dessa Dimensão final do Ser: a Consciência Unificada e reunificada.

Isso irá se expressar, em vocês, por um sentimento de Presença.

Uma Presença ao nível do Coração e de toda a Consciência.

Todas as barreiras irão desaparecer, levando-os a viver o que eu denominei durante a minha vida “a pequena morte”, “a dissolução do ego”.

Essa crucificação é real.

Ela irá se refletir, estejam certos disso, além do episódio de medo dessa morte inicial, pela descoberta da Alegria suprema.

O ser humano não tem outro objetivo senão este.

O ser humano não tem outro objetivo senão se tornar Alegria eterna, felicidade eterna.

Para isso, cabe a vocês desvencilharem-se, literalmente, dos seus sofrimentos, dos seus problemas.

Lembrem-se de que, segundo a ‘lei de Atenção e de Intenção’, se vocês colocarem a sua Atenção e a sua Intenção sobre um problema, este, o que ele fará?

Ele vai se fortalecer pela ‘lei de atração e de ressonância’...

Então, como vários ilustres lhes disseram, sobre essa Terra, para se interessarem pelo que era belo, para se interessarem pelo que era luminoso, eles tinham certamente razão.

Mas, hoje, isso vai muito mais longe porque a Luz pode tudo.

A Luz é uma concepção e uma vivência Vibratórias nas quais a separação não existe.

Não há lugar em meio à Luz Unitária para a doença.

A doença, pode se dizer, é uma Ilusão em meio ao seu corpo ao qual foi dado carne e cristalização.

Se vocês estivessem, na totalidade, sob a influência da Luz Vibral, tudo isso que era marcante, em vocês, desapareceria instantaneamente.

Vocês são efetivamente (todos nós fomos) o resultado das nossas crenças.

Mas nós tanto acreditamos em nossas crenças e em nossa memória, e em nosso passado, que nós nos identificamos a isso.

Ora, nós não somos nem esse passado, nem esse futuro.

Nós encontramos o Si a partir do momento em que o ego se cala, a partir do momento em que vocês se imiscuem, vocês mesmos, no tempo presente.

Obviamente, bem além da meditação, hoje, mas nos simples fatos e gestos da sua vida cotidiana, vocês podem encontrar essa Dimensão porque ela está aberta a todo mundo.

Instantaneamente.

A cada dia, a cada instante, a cada respiração da sua vida que os fará avançar para esse fim de ano vai fazê-los viver isso, contanto que vocês o aceitem, contanto que vocês aceitem não mais se fecharem nisso que vocês acreditam ser, contanto que vocês não aceitem mais seguir outra coisa e outra pessoa que vocês mesmos na dimensão do Coração.

A partir do momento em que vocês definem a sua Atenção e a sua Intenção nesse objetivo, a partir do momento em que vocês se definem no Aqui e Agora, desembaraçados de todo passado e de todo futuro, isso se torna Verdade Vibratória permitindo para A Presença e ao seu Si se iniciarem, por alguns processos, naquele momento, que irão se tornar, inexoravelmente, Vibratórios e que irão permitir-lhes penetrar o santuário do Coração.

Eis o que eu tinha para lhes dizer sobre o ego e sobre o Si, porque, efetivamente, a etapa que vocês vivenciaram, essas últimas semanas, permite-lhes aceder, de maneira muito mais fácil, eu diria, ao Si.

O ego estava, de certa forma, confinado, antes.

Nós rompemos, em meio aos mundos astrais, como vocês o sabem, alguns limites que foram impostos pelos falsificadores.

Nós amortecemos a magnetosfera, a heliosfera, a ionosfera.

Nós também amortecemos a influência do seu corpo emocional sobre vocês mesmos.

Isso é possível, agora, no nível coletivo.

Basta, entre aspas, que se conectem à boa frequência, que se conectem à boa Consciência.

São vocês que decidem e são vocês que fazem isso.

Estão aí, meus Queridos Irmãos e Queridas Irmãs, as poucas palavras que eu queria lhes dar para Vibrar no ego, no Si e no Estado de Ser.

Eu não nego que há, em vocês, questionamentos relativos a isso porque, evidentemente, o ego vai dizer: “mas é demasiadamente simples”.

Mas não há nada que não seja demasiadamente simples para o Si.

Lembrem-se de que o que é complicado é apenas construção do mental, de um conhecimento fundamentado sob a Ilusão Luciferiana que os fechou em dogmas, em conceitos, que os fechou em crenças, em certezas que não são a Verdade.

O Si é Verdade.
 
Pergunta: o que você denomina “Serviço” e “devoção”?
 
Caro Irmão, o Serviço e o Bakti yoga de que falo nada tem a ver com aquilo que se atribuiu, pela personalidade, o sentido de Serviço.

Infelizmente, existem muitos seres humanos se dedicando em meio ao Serviço e à devoção para nutrir a sua própria personalidade.

O serviço de que falo, a devoção de que falo, estão centrados sobre a Atenção, a Intenção, o Aqui e Agora.

É apenas a partir daquele momento que o Serviço e a devoção podem se tornar eficazes no nível da realização do Si e certamente não antes como foi compreendido por muitos ocidentais, mal compreendido, eu diria, e que colocaram o seu ego a serviço do próprio ego, mesmo servindo o outro.

O Serviço de que falo e a devoção de que falo, são antes de tudo ilustrados pela certeza de estar no Aqui e Agora, na Atenção e na Intenção.

Não é preciso que essa Atenção e que essa Intenção sejam justamente para Servir o outro, para dar ajuda ao outro, porque desejar ajudar o outro, é considerar-se superior àquele que recebe.

É uma compaixão que seria deformada e falsificada.

O mais importante é se colocar no centro dos quatro Pilares e, em seguida, a ação de Serviço será conduzida pela própria Luz.

Assim, portanto, não é uma decisão tomada pela personalidade de Servir (em meio a um organismo, ou a uma crença, ou aos seus próximos), mas, bem mais, uma Atenção e uma Intenção de Serviço colocadas em meio ao Ilimitado e ao Infinito, às quais a ‘lei de atração e de ressonância’ vai responder, apresentando-lhes (independentemente da sua vontade) o que é necessário para Servir, o que é necessário manifestar (ainda mais Amor) e não para decidir em meio à personalidade.

A maior parte do que é denominado, nesse mundo no qual vocês vivem, ajuda, inscreve-se nessa lógica de salvador e não em um ótica, em uma lógica de Ética, de Integridade, mas, bem mais, de glorificação do ego e não do abandono ao Si.

Isso é profundamente diferente.
 
Pergunta: o Serviço pode consistir em sentir a Alegria, mesmo nos atos cotidianos?
 
O Serviço se define por um Estado de Alegria porque o que é feito no Serviço, sem Alegria, não é do Serviço.

O desaparecimento do desejo e da necessidade é uma condição sine qua non da dissolução do ego e do surgimento do Si.

Não há mais vontade de Servir.

Não há mais vontade de fazer o bem.

Não há mais desejo de fazer o bem.

Há simplesmente a evidência de estar no bem e de ser si mesmo o bem, sem, no entanto, desejar fazê-lo.

Isso resulta de uma atitude Interior e não de uma vontade egotista ou pessoal.

A partir do momento em que as ações que vocês conduzem (mesmo se vocês se ocuparem, por exemplo, com a louça, ou com qualquer outra coisa que seja), quando isso se faz de maneira natural e espontânea, sem desejo, nem prazer, mas em um sentimento de Alegria, então, naquele momento, vocês estão alinhados entre a Atenção e a Intenção, a Ética e a Integridade.

Há, então, naquele momento, a vivência do Si.
 
Pergunta: um terapeuta, um médico, por exemplo, estão nessa noção de salvador?
 
Bem amado, tudo depende do ‘ponto de vista’.

Obviamente, em meio a essa matriz dual, há necessidade de se ter especialistas como os médicos.

Nós estamos bem de acordo sobre isso.

Mas, a partir do momento em que o Si é encontrado e a partir do momento em que há um caminho para o Si e para a Presença, torna-se evidente que qualquer ação voltada para o outro, mesmo no sentido daquele serviço, é falsa e corresponde a uma ação do ego através de outro ego.

Porque, você já viu um ego encontrar o Si através da ação de um ego?

Da mesma forma, é possível manter o Si atuando com o ego, mesmo se esse ego lhe pedir ajuda?

Tudo é questão de tomada de Consciência.

Certamente, não é questão de suspender os especialistas, nem os médicos, nem os terapeutas, mas simplesmente de se estar lúcido sobre as motivações de uma ação, qualquer que ela seja.

Tudo é questão de Atenção e de Intenção.

Utilizar um conhecimento, qualquer que ele seja, para cuidar de um veículo (que ele seja humano ou mecânico) merece salário e retribuição, é claro, mas os mantêm no círculo ilusório da dualidade, de maneira inexorável.

Vocês não podem pretender alcançar o Si e continuar a fazer o jogo do ego.

É impossível.

O que não impede, uma vez realizado o Si, de trabalhar sobre o Si do outro.

Mas, naquele momento, qual é a diferença?

É que a ação acontece no silêncio e na ausência do conhecimento do outro.

Isso foi denominado, por alguns místicos, a prece exercida para, entre aspas (deve-se colocar isso no contexto), salvar uma alma, como fazia, por exemplo, Santa Teresa do Menino Jesus ou Gemma Galgani que rezavam para desconhecidos, mas que não rezavam pela sua cura.

Elas o faziam no silêncio sem nada esperar em troca.

Isso se chama o Serviço e não a ‘ação combinada’, existente nesse mundo dual, que passa um contrato entre dois egos, entre uma máquina e um ego, se vocês preferirem, que vai permitir realizar uma ação de natureza dual, por Essência.
 
Pergunta: é melhor então abandonar a profissão de terapeuta?
 
Querida Irmã, ninguém é obrigado ao que quer que seja.

É um assunto entre vocês e vocês mesmo e somente entre vocês e vocês mesmo.

Cabe a vocês refletir.

Cabe a vocês realizar primeiramente o Si e ver em seguida o que se sucede.

Não é abandonando algo que vocês gostariam de Coração, não é abandonando um sacerdócio, uma função, que vocês irão descobrir o Si.

Coloquem-se simplesmente na Atenção, na Intenção, no Aqui e Agora (Ética, Integridade, se vocês preferirem) e, pouco a pouco, vocês irão penetrar o Si.

E, naquele momento, as coisas irão se estabelecer por elas mesmas.

A ação ou a reação de parar tal ou tal atividade, tal ou tal relação, é apenas fruto do ego.

O Si é.

O Si irradia.

O Si é Alegria e, em meio a essa Alegria, tudo se estabelece conforme o ‘princípio de atração e de ressonância’.

O abandono à Luz permite realizar, naquele momento, o milagre.

Esse milagre é o que Cristo pôde dizer aos seus discípulos: “deixem os mortos enterrar os mortos”, “será que o pássaro se preocupa com o ele vai comer amanhã?”

Enquanto vocês estiverem apegados ao que quer que seja nesse mundo (eu digo bem ao que quer que seja desse mundo), vocês não podem realizar o Si.

Mas, lembrem-se também de que seres humanos abandonaram tudo esperando encontrar o Si.

Eles, no entanto, não o encontraram.

Não é abandonando tudo que se encontra o Si.

É se tornando si mesmo isso.

Naquele momento, as condições de vida, as condições do que é chamado de existência, vão profundamente mudar.

Mas, enquanto vocês estiverem apegados ao que quer que seja, vocês estão cristalizados nesse apego.

Enquanto vocês considerarem que o seu marido é seu marido, enquanto vocês considerarem que a sua mulher é sua mulher, enquanto vocês considerarem que o seu automóvel é seu automóvel, vocês não podem alcançar o Si.

O que não quer dizer que deva dar o automóvel, a mulher e o marido, mas, sim, compreender o alcance das palavras que vocês pronunciam e dos apegos que vocês têm.

O apego à Ilusão não pode impedi-los de encontrar o Estado de Ser, isso apenas pode freá-los ainda mais para a realização do Si.

É apenas quando vocês fizerem suas as palavras do seu maior Neófito: “que a tua vontade se faça e não a minha”, que vocês realizam o Si.

Não pode ser de outro modo.

Antes dessa etapa, é claro, vocês podem captar a Luz, vocês podem viver experiências da Luz, mas vocês não são a Luz.

É toda a diferença.

A Luz é Alegria.

Como saber se vocês realizaram o Si?

Vocês não estão mais apegados a nada e, no entanto, vocês estão junto de tudo.

E sobretudo, sobretudo, estabelece-se em vocês uma Alegria sem objeto, uma Alegria onde cada minuto da sua vida acontece na plenitude do Coração, na plenitude do instante.

Quando vocês saem desse Estado, quando vocês se projetam em uma preocupação, do futuro ou do passado, quando vocês se projetam em um peso vindo do seu passado, vocês saem desse Estado.

E então, saindo desse Estado, vocês não realizaram o Si, vocês vivenciaram a experiência.

Realizar o Si culmina no acesso ao Estado de Ser, culmina no acesso ao que está além dessa matriz.

Aí, realmente e em Verdade, vocês tomam Consciência do que os orientais denominaram, desde muitíssimo tempo, a Maya, ou seja, que esse corpo é Ilusão, que essa própria vida que vocês levam é Ilusão total, mas enquanto vocês estiverem imersos nisso, essa é a sua única realidade.

Não há outra.
 
Pergunta: quando se contacta o Si, o ambiente cotidiano pode atrapalhar a sua realização?
 
Querida Irmã, eu lhe dou duas respostas: quanto mais você se aproximar do Si, mais você se torna independente das circunstâncias ambientais já que você é também essas circunstâncias ambientais.

Quanto mais você alcançar o Si, mais o núcleo da Essência do que você é, mais as condições ambientais vão mudar e elas mudarão tanto mais rápido quanto você for para as suas próprias profundezas, para o seu próprio núcleo da imortalidade porque, naquele momento, a Inteligência da Luz agirá sobre esse ambiente para que ele se adapte à Luz que você se tornou.

A armadilha seria acreditar que tendo vivenciado experiências do Si, experiências místicas, que mudando o ambiente, vocês iriam alcançar o núcleo da imortalidade.

Isso é falso porque isso seria de novo recair na dualidade.

Ao contrário, é um encorajamento a prosseguir para esse núcleo da imortalidade, para essa Vibração da Presença, estabelecida em meio ao Coração, que irá mudar fundamentalmente o ambiente.

Certamente, não por uma varinha mágica, mas eu diria ainda extremamente rápido.

O ambiente, tal como vocês o chamam, vai se adaptar ao que vocês se tornaram, ao que vocês realizaram e revelaram.

Mas querer agir sobre o ambiente seria também um erro.
 
Pergunta: poderia nos falar da Onda Galáctica?
 
Querida Irmã, isso foi longamente desenvolvido.

Eu diria simplesmente que essa Onda Galáctica é constituída por partículas que não existem nessa matriz falsificada na qual estão.

Essas partículas emitem radiações muito características que são conhecidas pelos seus cientistas (denominadas raios X e raios gama) que são apenas a tradução dessas partículas que entram no seu ambiente.

Nós as temos denominado partículas Adamantinas, ou irradiação do Ultravioleta, ou irradiação da Fonte, ou irradiação do Espírito Santo.
 
Nós não temos mais perguntas. Nós lhe agradecemos.
 
Queridos Irmãos e Queridas Irmãs, eu lhes agradeço por terem me escutado.
 
Do meu Coração ao seu Coração,
que vocês sejam plenos de Graças e de Presença.

Até logo.
 
 
 
 
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Mensagem de Um Amigo,
pelo site Autres Dimensions
em 16 de outubro de 2010





Rendo Graças às fontes deste texto:
Tradução: Zulma Peixinho
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